01 outubro 2021

REALISMO CLIMÁTICO: DENÚNCIA MENTIRAS DOS "AFIRMACIONISTAS"


ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS EXISTEM HÁ MILHÕES DE ANOS NO PLANETA TERRA!

 

"NEGACIONISTAS" DESMASCARAM O FRAUDULENTO «FANATISMO CLIMÁTICO» 





CATASTROFISMO ANTI-NATURAL PROMOVIDO POR INTERESSES GEOPOLITICOS E FINANCEIROS DA ONU, BILDERBERG QUE ORGANIZAM FORUNS PARA IMPLANTAR UMA DESUMANA NOVA ORDEM MUNDIAL LIDERADA PELA AMÉRICA. 

> desumano é um adjetivo que significa cruel, perverso ou sem humanidade... com pazadas de fingida filantropia.


Para «eles» os meios justificam os fins! 

Porque a ONU não usou uma Pessoa "velha" conhecedora de como foi o clima antes da era do automóvel e usaram uma infeliz "jovem" ignorante, de quem abusaram com formatação infantil cuja idade é pouco mais de uma dúzia de anos? 


É plano demoníaco, macabro!

«Naomi diz que também não duvida do facto de que "a mudança climática é real", mas insiste que não é nada além de um processo natural.
"As emissões de CO2 são realmente tão destrutivas? Elas são realmente a causa do aquecimento global? Ou há outros factores que jogam nisso – como, por exemplo, as trajectórias dos diversos movimentos do planeta Terra, o efeito que o Sol tem sobre o clima, a evaporação da água e outros fatores que são muito mais fortes do que as emissões de CO2"

É ridículo acreditar que os humanos possam ter um impacto tão grande no «clima.»

A média inventou o rótulo "anti Greta" para retratá-la como um "anticristo de direita do mal", mas só atraiu mais pessoas para suas ideias, Disse à RT Naomi Seibt, que diz que o efeito humano sobre as mudanças climáticas é muito exagerado.

Seibt se autodenomina uma "realista do clima" e rejeita sem rodeios o termo "negador das mudanças climáticas", que é outro rótulo usado para descrever ela e seus apoiadores pelo lado oposto. Isso implica que "somos apenas egoístas e ignorantes", mas não é o caso, ela apontou.

"Estamos prestes a ser céticos científicos e procurar maneiras mais sensatas de melhorar o ambiente para estar mais alinhado com nossos valores quando se trata de interagir com a natureza", disse o jovem de 19 anos.

Parece uma postura muito menos radical do que a da ativista ambiental de 17 anos e queridinha da mídia Greta Thunberg, que insiste que a humanidade deve reduzir urgentemente as emissões a zero para evitar um colapso catastrófico do clima na Terra.

Naomi diz que entende perfeitamente por que Thunberg e ela estão sendo colocadas uma contra a outra.

Foi a media alemã que começou essa coisa de "anti-Greta" em primeiro lugar. Era para me retratar como uma espécie de anticristo maligno à direita.

Ela estava infeliz com isso no início, mas depois decidiu "se divertir" com a gravadora e até tirar alguma vantagem disso. "Você vem para a anti-Greta, mas você fica para Naomi Seibt", explicou ela.

"Eu não sou contra Greta… Tenho certeza que ela é uma garota muito legal... inocente em tudo isso", esclareceu o adolescente. "É que ela não é sobre a ciência."

[Greta] é basicamente apenas sobre vomitar pânico e dizer às pessoas para mudar em suas vidas inteiramente … Não tem mais nada a ver com ciência e ceticismo. E é isso que é horrível nisso.

Milhares de crianças faltam à escola para o discurso de Greta para uma multidão enorme, em meio a avisos da polícia e um risco de coronavírus. O que pode dar errado?

A famosa pesquisa de 2013 a que Greta e seus apoiadores costumam se referir analisou uma grande quantidade de literatura especializada e revelou que 97% dos cientistas acreditavam que a mudança climática é causada por atividades humanas. Os autores do artigo agora dizem que esse número passou de 99% nos anos desde a publicação.

Mas, de acordo com Naomi, essa pesquisa era "muito vaga" e a maioria dos cientistas em questão não eram especialistas no campo das emissões de CO2. Ela concorda que o dióxido de carbono, que vem principalmente do uso de combustíveis fósseis, afeta o clima. No entanto, seu efeito menor é completamente desproporcional por aqueles que Seibt descreveu como "alarmistas climáticos".
Como você se atreve! Caracol sensível ao clima em homenagem a Greta Thunberg

Naomi diz que também não duvida do fato de que "a mudança climática é real", mas insiste que não é nada além de um processo natural.

"As emissões de CO2 são realmente tão destrutivas? Elas são realmente a causa do aquecimento global? Ou há outros fatores que jogam nisso – como, por exemplo, o efeito que o Sol tem sobre o clima, a evaporação da água e outros fatores que são muito mais fortes do que as emissões de CO2?" ,ela se perguntou.

É ridículo acreditar que os humanos podem ter um impacto tão grande no clima.

Aqueles que agitam o pânico sobre o aviso global estão realmente distraindo a atenção do público de questões realmente importantes que afetam o bem-estar da humanidade, disse Seibt. Entre elas está a necessidade de depender apenas de fontes de energia eficazes, incluindo energia nuclear.
 
A "pobreza energética" agora assola muitos países em desenvolvimento, mas pode se tornar uma coisa para a Europa também se forem feitas escolhas erradas, alertou. O perigo representado por um apagão completo também não deve ser negligenciado, afirmou.

29 setembro 2021

The Great Reset

por: Manuel Lamas de Mendonça 
                        
regressemos a coisas bem mais importantes 
obrigado Zé Carlos 

Aproximamo-nos a passos largos de uma das mais importantes reuniões Mundiais organizada pelo Fórum Económico Mundial (World Economic Forum - WEF). Este ano (2021) decorrerá em Singapura nos próximos dias 13 a 16 de Maio em parceria com os mais importantes Clusters da Economia Mundial e com os mais variados Stakeholders revestindo-se este encontro de uma particular importância uma vez que irão ser abordadas as linhas orientadoras que fazem jus ao seu slogan – The Great Reset e à agenda da Nova Era para as próximas décadas. 
Em Junho do ano passado (2020), o Fórum Económico Mundial anunciou num encontro virtual a proposta em questão, como um trabalho conjunto que tem por objectivo criar os alicerces estruturais para um futuro mais justo, sustentável e resiliente. A apresentação foi feita pelo Príncipe Charles de Gales e por Klaus Schwab. O evento contou ainda com a presença e participação do Secretário-Geral da ONU, António Guterres e da Directora Geral do FMI (Fundo Monetário Internacional), Kristalina Georgieva. “Todos os Países, dos Estados Unidos à China devem participar e todos os Sectores, bem como Tecnologias de Petróleo e Gás devem ser transformados.” - Klaus Schwab (Fundador e Presidente Executivo do Fórum Económico Mundial). Nesta mudança de Paradigma onde nada será como dantes e onde todos já perceberam que não vão voltar ao “novo normal”, o ano de 2021 ficará conhecido para a História como ano do Grande Reinício Mundial. Entre avanços e recuos de confinamento em confinamento, de vaga em vaga e desde logo, porque os recursos naturais são finitos (não temos dois Planetas para mantermos o actual modo de vida), a actual Pandemia veio por a descoberto todas as fragilidades em que o nosso modelo de desenvolvimento assentava (modelo não Eurítmico), como o fim da perspectiva Filosófica Cartesiana assente numa concepção do mundo, onde o todo é assumido como sendo igual à soma das partes, da lógica linear, sempre redutora e da razão curta, que não tem mais razão de ser. A actual Pandemia é neste contexto e simultaneamente, uma janela de oportunidade para abrir o caminho para uma Nova Era mais Justa e Perfeita e para uma Sociedade mais Humanista. “O mundo deve agir conjuntamente e rapidamente para renovar todos os aspectos das nossas sociedades e economias, desde a educação até ao contrato social e às condições de trabalho”. - Klaus Schwab (Fundador e Presidente Executivo do Fórum Económico Mundial). O Grande Reset representa simbolicamente e na justa medida a verdadeira mudança de Paradigma de dimensão e escala Global. Reset - uma analogia em relação à verdadeira essência e espírito desta Nova Era a 4ª Revolução Industrial (Indústria 4.0 / Digital), como se dentro da actual Matrix onde vivemos, o hardware e o software globais estivessem a dar sinais de incompatibilidade, fadiga e mal funcionamento, sendo os sintomas de tal “falha”, a actual exaustão ambiental, o aumento das desigualdades sociais e económicas, o aumento das doenças mentais, as manifestações sistemáticas nas ruas, um modelo económico predatório assente na competição esgotado em si mesmo, que só cria mais desigualdades entre os Países, empresas e as pessoas e a juntar a tudo isto, uma verdadeira crise de confiança nas instituições e nos seus líderes. A maioria das pessoas sente-se hoje ameaçada pelo conhecimento consciente ou inconsciente de uma alteração iminente nas suas vidas. A perspectiva de que as “verdades” que conheceram durante toda a sua existência possam vir a ser substituídas por outras referências axiomáticas, torna tudo especialmente assustador e difícil. Urge portanto um desligar e religar urgente do Sistema, um verdadeiro Upgrade para a nova realidade desta Matrix! O que nos propõe o Fórum Económico Mundial com o Grande Reset? Segundo Klaus Schwab - “Uma coisa ficou clara! Não podemos voltar ao velho normal! Temos de aproveitar esta oportunidade como os nossos Pais e Avós fizeram depois da II Guerra Mundial para reflectir o que correu mal e o que poderemos fazer melhor.” Resumidamente o que se pretende com o Grande Reset é um plano pós-Covid-19, onde se vão debater as linhas orientadoras fundamentais do que deve servir de base para uma recuperação económica global sustentável, durante as próximas décadas, tendo como base uma abordagem sistémica, onde tudo está interligado como na física quântica e não como no passado, com abordagens simples e lineares. Definiu-se três eixos fundamentais: primeiro - tornar o Mundo mais resiliente, tendo em conta o que podemos vir a enfrentar no futuro, mais Cisnes Negros (eventos raros, imprevisíveis e de grandes proporções, cujas consequências são desconhecidas); segundo - tornar o Mundo mais inclusivo, mais Justo e Perfeito, tendo em conta o aumento insustentável das desigualdades e de pessoas que se sentem excluídas; terceiro e último – a urgência de tornar o Mundo mais verde por causa das rápidas alterações climáticas (aquecimento global) e da finitude dos recursos naturais, visando deste modo evitar uma catástrofe de proporções nunca antes vista num futuro próximo. A juntar a estes três eixos fundamentais temos a 4ª Revolução Industrial (Indústria 4.0 / Digital), como motor de um conjunto de transformações tecnológicas como a Inteligência Artificial (IA) a Biotecnologia, a Robótica, a Engenharia Genética, a Neurotecnologia, a Nanotecnologia, a Realidade Virtual, a Realidade Virtual Aumentada, que vão trazer as alterações necessárias para esta verdadeira mudança de Paradigma a nível dos mais variados conceitos dados como adquiridos até agora e, da própria percepção da “realidade” que vão ser totalmente alterados. A automatização industrial vai estar cada vez mais presente nesta nova realidade, como os Sistemas Ciberfísicos, o 5G (Internet das Coisas), o 6G (Smart Cities), os Drones, as Impressoras 3D, a Computação em Nuvem, a Blockchain, a Cibersegurança, CiberIntelligence e Superintelligence. A recuperação do Ecossistema de Confiança através da Economia do Conhecimento, Circular, do Bem-estar e da Felicidade, o Capitalismo com “Rosto”, Partilhado (Filantrópico), o fim do dinheiro Físico substituído pelo Digital, o novo Conceito de Saúde, o RBI/U – Rendimento Básico Incondicional / Universal, a Educação à distância, o modelo de trabalho sustentável e híbrido (Videoconferências, as Webinars e o Teletrabalho), são alguns dos exemplos de mudança que vieram para ficar. As empresas que conseguirem passar este difícil teste de resiliência precisam a partir de agora, olhar e analisar atentamente com base numa abordagem sistémica, todos estes pormenores, pois a concepção e objectivo subjacentes não será mais o do lucro pelo lucro, mas sim, como principal objectivo, o impacto que as organizações têm na Sociedade em que estão inseridas. Assim podemos esperar para os próximos anos neste novo Paradigma, através deste The Great Reset uma agenda para esta Nova Era virada para uma Sociedade da Inteligência, da Excelência na diferença e de Cooperação, mais funcional e eficiente, mais sustentável e mais justa ao serviço de todos, onde ninguém deve ficar para trás. 

“Não existem ideias prematuras, existem momentos oportunos pelos quais é preciso saber esperar.” 

Jean Monnet

15 junho 2021

A LEGITIMIDADE REPUBLICANA?



"... De acordo com a tradição monárquica o último Príncipe Real de Portugal fora D. Luís Filipe, e fora também ele o último Duque de Bragança em tempo de vigência da Monarquia. Por esse motivo, o título de "Duque de Bragança" jamais poderia passar para a linhagem do ramo Miguelista do qual Duarte Pio descende, não só porque essa linhagem havia sido banida perpetuamente por Carta de Lei da rainha D. Maria II de Portugal, datada de 19 de dezembro de 1834,[13] e reforçada pela Constituição Monárquica Portuguesa de 1838,[14] mas também porque foi liderada apenas por primos estrangeiros em 5º grau (e até graus mais distantes) do último monarca português, e, por esse motivo, nem sequer representavam parentes válidos à luz da Lei. É que o facto de não deter-se nacionalidade portuguesa originária constitui um factor imediato de exclusão da sucessão ao trono em Portugal. Por esse mesmo motivo, ainda que não houvesse outros, os pretendentes Miguelistas ficaram de imediato sem direitos dinásticos: Miguel Januário de Bragança nasceu em Kleinheubach, na Alemanha; Duarte Nuno de Bragança nasceu em Seebenstein, na Áustria; e Duarte Pio nasceu em Berna, na Suíça, fora da Legação de Portugal.[15]
Não obstante, para preservar o estatuto de chefe de casa dinástica, se para tal legitimidade tivessem à luz do direito internacional, e assim, dessa forma, manter o estatuto de soberano não reinante, o ex-infante D. Miguel de Bragança e os seus descendentes (no qual se inclui Duarte Pio), nunca poderiam ter abdicado dessa soberania como o fizeram ao longo de gerações. Exemplos disso: quando o próprio ex-infante D. Miguel, em Evoramonte, assinou uma adenda declarando que nunca mais se imiscuiria em negócios desta nação e seus domínios; Miguel Januário, avô de Duarte Pio, quando serviu no exército austríaco; o seu filho Duarte Nuno quando mandou os seus partidários obedecer ao rei D. Manuel II; e, inclusive, o próprio Duarte Pio de Bragança, tendo servido voluntariamente na Força Aérea Portuguesa e, por esse motivo, jurado bandeira, jurou respeitar a Constituição e as leis da República Portuguesa (na qual se inclui o art.º 288, alínea b, nº 2 "a forma republicana constitui um limite material à própria revisão constitucional") e tornou-se assim num mero cidadão português igual a todos os outros (cabe ressaltar que à luz do direito internacional as três Repúblicas Portuguesas são consideradas estados sucessores do antigo Reino de Portugal)."...

ÚLTIMO DUQUE DE BRAGANÇA

21.º _ D. Luís Filipe de Portugal

Assassinado com o seu pai no Regicídio de 1908.

"O título de duque de Bragança é um dos mais importantes de Portugal. Desde a ascensão ao trono da dinastia de Bragança, em 1640, até à implantação da República, em 1910, o herdeiro da Coroa Portuguesa usou, simultaneamente, o título nobiliárquico de duque de Bragança. De notar que, por tradição e pela importância da Casa de Bragança, os duques têm os seus nomes numerados tal como os reis (ex. D. Teodósio I e D. Teodósio II), mesmo quando a sua família ainda não era a família real portuguesa."




30 maio 2021

Michael Shellenberger foi um dos autores do “New Apollo Project”

Em 2003, o ambientalista norte-americano Michael Shellenberger foi um dos autores do “New Apollo Project”, um apelo à aposta nas energias renováveis e um roteiro para um Green New Deal nos Estados Unidos. Ele e Ted Nordhaus haviam fundado, naquele ano, o Breakthrough Institute, um dos mais importantes think-tanks ambientais dos EUA. Quatro anos depois, o projeto serviu de base à proposta de política climática do candidato presidencial Barack Obama, subsequentemente implementada através de investimentos milionários em energias renováveis. Em 2008, a defesa de uma abordagem alternativa à luta climática, sobretudo baseada na noção de que o ativismo ambiental não conseguira atingir as metas que se propusera, valeu-lhe o título de “herói do ambiente” para a revista Time.
Mas, ao longo das últimas duas décadas, Shellenberger mudou gradualmente de ideias. Cansado daquilo a que chama o “ambientalismo apocalíptico”, criou uma nova instituição, a Environmental Progress, e dedica-se atualmente à defesa da energia nuclear enquanto solução para as alterações climáticas. Ao fim de vinte anos de viagens e investigações sobre as dinâmicas sociais que guiam o modo como olhamos para as alterações climáticas, Michael Shellenberger escreveu o livro que diz que gostava de ter lido quando era criança: Apocalipse Nunca. Como o Alarmismo Ambiental nos Prejudica a Todos chegou esta semana às livrarias portuguesas através da Leya.
No livro, um extenso ensaio sobre o clima do planeta, Shellenberger escreve que as alterações climáticas são reais, mas não são o fim do mundo — e rejeita todo o tipo de linguagem apocalíptica, visando sobretudo grupos radicais como o Extinction Rebellion (de que o movimento Climáximo é o elo de ligação em Portugal) ou a ativista sueca Greta Thunberg. Para Shellenberger, as repetidas promessas de que o mundo vai acabar dentro de uma década têm prejudicado aquilo que devem ser os esforços para, efetivamente, proteger o planeta: contribuir para o crescimento económico dos países mais pobres e optar por fontes de energia verdadeiramente limpas, designadamente a energia nuclear.
Numa entrevista ao Observador a partir da Califórnia, onde vive, o ambientalista reiterou que “a ciência não sustenta qualquer alegação apocalíptica” sobre o clima e acusou os partidos “verdes” e os ativistas de usarem alegadas preocupações ambientais para privarem os países mais pobres de se desenvolverem economicamente. Para Shellenberger, os EUA e a Europa são a prova de que, quanto mais rico e desenvolvido for um país, menos poluidor será esse território. Importa, por isso, acabar com as “lavagens cerebrais” que procuram convencer os mais novos de que o mundo está a piorar — e, simultaneamente, desfazer mitos associados à energia nuclear e expor o lado negro, muitas vezes oculto, das energias renováveis.

Ciência e argumentos ruins abundam em 'Apocalypse Never'?

Crítica do livro: 
Ciência e argumentos ruins abundam em 'Apocalypse Never', de Michael Shellenberger
Um novo livro que critica o ambientalismo é 'profunda e fatalmente falho'?

por PETER GLEICK15 DE JULHO DE 2020





Os cornucópios, como o "corno da abundância" da mitologia grega, e os malthusianos, como em Thomas Malthus, expressam visões de mundo concorrentes.

Pense, se quiser, na rivalidade entre os malthusianos e os cornucópios em “Romeu e Julieta”. Ou da clássica rivalidade americana de 1863-1891 entre os Hatfields e os McCoys, famílias em guerra na Virgínia Ocidental e no Kentucky.

Nas tensões de décadas envolvendo ciência ambiental, população, dinâmica de recursos e ecologia, são os malthusianos e os cornucópios. Apoiando a sabedoria do economista inglês Thomas Malthus, os malthusianos expressam preocupações de que o crescimento exponencial da população humana e as demandas econômicas superem os recursos globais necessários para sustentar as pessoas, minando a sustentabilidade de longo prazo. Os cornucópios, em contraste - com sua inclinação para a cornucópia ou “chifre da abundância” da mitologia grega - afirmam que os avanços tecnológicos podem sustentar as necessidades da sociedade e que o crescimento econômico ilimitado e o aumento da população são positivos, dando origem a mais boas ideias.Análise

As tensões históricas e os debates intelectuais entre malthusianos e cornucópios têm agora mais de dois séculos e evoluíram. Nos últimos anos, as conversas públicas sobre crises globais críticas, como mudanças climáticas causadas pelo homem, desmatamento e extinção de espécies, pressões populacionais e novas ameaças à saúde pública que pioraram, ficaram mais barulhentas, mais duras e cada vez mais ideológicas. À medida que as ciências melhoraram, a profunda complexidade e as conexões entre esses problemas também se tornaram mais aparentes, assim como os apelos urgentes para resolvê-los por meio de ações locais, nacionais e globais.

Uma entrada recente neste debate é “Apocalypse Never: Why Environmental Alarmism Hurts Us All” (HarperCollins Publishers, 2020), de Michael Shellenberger. Shellenberger explica em sua introdução que procura contrariar e rejeitar o que considera argumentos irracionais e exagerados das catástrofes malthusianas pendentes; em vez disso, ele busca promover a visão da Cornucópia de que os problemas ambientais podem ser eliminados se apenas buscarmos um crescimento econômico agressivo, avanços tecnológicos simples e maior aproveitamento de recursos naturais abundantes. Ao fazer isso, ele ecoa esforços anteriores de autores como Herman Kahn, Julian Simon e Bjørn Lomborg.
Diálogo climático visto como 'fora de controle'

Shellenberger se autodescreve como um ativista ambientalista e portador de fatos e ciência para combater "o exagero, o alarmismo e o extremismo que são inimigos de um ambientalismo positivo, humanista e racional". Ele decidiu escrever este livro porque acredita que “a conversa sobre as mudanças climáticas e o meio ambiente, nos últimos anos, saiu de controle”.

Vozes da razão e análises claras nos debates contenciosos sobre como enfrentar nossos problemas globais são bem-vindas. Infelizmente, o livro é profunda e fatalmente falho. No nível mais simples, é uma polêmica baseada em um argumento de espantalho: Para Shellenberger, cientistas, "elite educada", "jornalistas ativistas" e ativistas ambientais de alto nível acreditam incorretamente que o fim do mundo está chegando, mas se recusam a apoiar as únicas soluções que ele acha que funcionarão - energia nuclear e crescimento econômico desinibido.

'O que é novo aqui não é certo, e o que é certo não é novo.'

Mas mesmo que o autor tenha entendido adequadamente a complexidade e a natureza dos desafios globais, o que ele não entende, e tenha a ciência certa, o que ele não fez, uma falha fatal em seu argumento é a tradicional simplificação cornucópica de suas soluções - confiança no crescimento econômico e tecnologia bala de prata. Como disse o grande jornalista e humorista americano HL Mencken, “há sempre uma solução bem conhecida para cada problema humano - simples, plausível e errada”. Mencken também alertou contra aqueles que sabem precisamente o que é certo e o que é errado, um aviso especialmente digno de ser ouvido nos mundos altamente complexos e incertos do clima global, pandemias e mudanças ambientais.
... ainda, ciência ruim, argumentos espantalhos, fatos seletivos e ataques ad hominem a cientistas, mídia e outros

Mas os problemas do livro são muito mais profundos. O autor vagueia de tópico em tópico, saltando de anedotas pessoais a argumentos polêmicos para dados e números cuidadosamente escolhidos para apoiar suas opiniões, tornando difícil para o leitor acompanhar seus tópicos. A falha mais séria, entretanto, é que ele assume uma posição e busca dados e fatos que se ajustem a essa posição, em vez de, como a ciência exige, usar dados e fatos para desenvolver, testar e refinar uma teoria. Como resultado, o livro sofre de falácias lógicas, argumentos baseados em emoção e ideologia, a criação e derrubada de argumentos de espantalho e a seleção seletiva e mau uso de fatos, todos intercalados com erros simples e deturpações da ciência. Infelizmente, este é também um livro irado, crivado de ataques ad hominem feios a cientistas, defensores do meio ambiente,

Apresento apenas alguns exemplos dessas falhas aqui - um catálogo abrangente exigiria seu próprio livro. Em suma, o que é novo aqui não é certo, e o que é certo não é novo.

Duas ideias da Cornucópia estão no cerne deste livro: A primeira ideia é que não há verdadeiros “limites para o crescimento” e os problemas ambientais são o resultado da pobreza e serão resolvidos com o enriquecimento de todos. Esta ideia não é original e foi desmentida por outros (para alguns exemplos, veja aqui , aqui , aqui e aqui ).
Veja que a energia nuclear sozinha pode atender às necessidades

A segunda ideia - e o foco de muitos dos escritos anteriores de Shellenberger - é que os problemas climáticos e de energia podem e devem ser resolvidos exclusivamente pela energia nuclear. Ele escreve: “Apenas a energia nuclear, não a solar e a eólica, pode fornecer calor abundante, confiável e barato”, e “Apenas a energia nuclear pode fornecer energia para nossa civilização humana de alta energia e, ao mesmo tempo, reduzir a pegada ambiental da humanidade”. (“Apocalypse Never” - doravante “AN” - pp. 153 e 278) Os muitos argumentos econômicos, ambientais, políticos e sociais levantados contra a energia nuclear são simplesmente rejeitados como sem mérito, por exemplo: “Quanto aos resíduos nucleares, é o melhor e mais seguro tipo de resíduo produzido a partir da produção de eletricidade. Nunca fez mal a ninguém e não há razão para pensar que um dia irá. ” (AN, p.

O argumento de que a pobreza e as ameaças ambientais estão interligadas é correto e não é novo. Ele está no centro dos esforços de desenvolvimento internacional, incluindo os primeiros Objetivos de Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas e os atuais Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que afirmam :

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são o modelo para alcançar um futuro melhor e mais sustentável para todos. Eles abordam os desafios globais que enfrentamos, incluindo aqueles relacionados à pobreza, desigualdade, mudança climática, degradação ambiental, paz e justiça. Os 17 objetivos estão todos interligados. (enfase adicionada)

Da mesma forma, os principais especialistas em ciência ambiental e economia ambiental há muito reconheceram que todas as opções de energia têm conjuntos complexos de vantagens e desvantagens ambientais. Os campos de avaliação de risco de energia, análise de sistemas ambientais integrados e economia ecológica os abordam há décadas.
Usando a fachada de 'argumentos de espantalho'

Shellenberger regularmente apresenta outros argumentos de espantalho e, em seguida, os derruba. [Um argumento do espantalho é um esforço para refutar um argumento que não foi feito substituindo o argumento real do seu oponente por um diferente.] Um dos argumentos do espantalho mais prevalentes no debate climático é que os cientistas afirmam que as mudanças climáticas “causam” situações extremas eventos, quando na verdade, os cientistas do clima fazem distinções cuidadosas entre “causalidade” e “influência” - duas coisas muito diferentes. Essa área, chamada de “ciência da atribuição”, é um dos aspectos mais interessantes da pesquisa climática hoje.

Shellenberger apresenta o argumento do espantalho de que as pessoas estão alegando incorretamente que eventos extremos recentes (como incêndios florestais, inundações, ondas de calor e secas) foram causados ​​pela mudança climática, e então ele desmascara esse espantalho. “Muitos culparam as mudanças climáticas pelos incêndios florestais que devastaram a Califórnia” (AN, p.2) e “os incêndios teriam ocorrido mesmo se o clima da Austrália não tivesse aquecido”. (AN p. 21) Ele deturpa como a mídia noticiou os incêndios, descrevendo uma história do New York Times sobre os incêndios de 2019 na Amazônia: “Quanto à Amazônia, o New York Times noticiou, corretamente, que os 'incêndios não foram causados ​​por mudança climática. '”Mas aqui Shellenberger está escolhendo uma citação: Se você olhar o artigo real que ele cita , o jornalista deixa clara a“ influência ”das mudanças climáticas apenas duas frases depois:

Esses incêndios não foram causados ​​pela mudança climática. Eles foram, em geral, criados por humanos. No entanto, as mudanças climáticas podem piorar os incêndios. Os incêndios podem queimar mais quentes e se espalhar mais rapidamente em condições mais quentes e secas. (enfase adicionada)

Ele também interpreta mal ou deturpa a extensa e crescente literatura sobre as ligações entre as mudanças climáticas e eventos extremos, dizendo “Mas as mudanças climáticas até agora não resultaram em aumentos na frequência ou intensidade de muitos tipos de climas extremos” (AN, p. 15 ) citando pesquisas desatualizadas, incluindo um workshop de 15 anos atrás. Na verdade, um grande e crescente corpo de literatura já mostra fortes ligações entre mudança climática e eventos extremos, incluindo furacões, mortes por calor, inundações, diminuição do gelo e muito mais (veja, para alguns exemplos, aqui , aqui e aqui ), e essa literatura tem se expandido rapidamente. Por exemplo, em 2019, a American Meteorological Society, ou AMS, publicouum resumo - produzido anualmente - com 21 análises revisadas por pares de condições meteorológicas extremas em 2018, incluindo a pesquisa de 121 cientistas de 13 países. A severa seca de Four Corners nos Estados Unidos, ondas de calor intensas na Península Ibérica e no nordeste da Ásia, precipitação excepcional nos estados meso-atlânticos e gelo marinho recorde no Mar de Bering foram todos exemplos de eventos climáticos extremos “fez mais provavelmente pela mudança climática causada pelo homem. ” Como Jeff Rosenfeld, o editor-chefe da série AMS, observou, “Já publicamos mais de 100 desses estudos de atribuição nesta série AMS e podemos ver o quão poderosa esta ciência está se tornando. Os estudos de atribuição geram cada vez mais conclusões úteis e matizadas que abrangem a complexidade do mundo real ”, escreveu Rosenfeld. “Eles coletivamente fazem uma declaração cada vez mais clara sobre a influência humana em condições meteorológicas extremas.”

Outro exemplo de uma confusão conceitual séria é seu capítulo rejeitando a ameaça de extinção de espécies. O capítulo está cheio de mal-entendidos sobre taxas de extinção, ecossistemas e funções biológicas, confusões sobre escalas de tempo e uso indevido de dados. Por exemplo, Shellenberger confunde o conceito de "riqueza" de espécies com "biodiversidade" e faz a surpreendente afirmação de que em todo o mundo, a biodiversidade das ilhas dobrou em média, graças à migração de 'espécies invasoras'. A introdução de novas espécies de plantas superou o número de extinções de plantas cem vezes. (AN, p. 66)

Por essa estranha lógica, se uma ilha tivesse 10 espécies de pássaros nativos encontrados apenas lá e eles fossem extintos, mas 20 outras espécies de pássaros invasores se estabelecessem, a “biodiversidade” da ilha dobraria. Este erro resulta de um mal-entendido do estudo que ele cita , que observa corretamente que simplesmente avaliar o número de espécies (riqueza, não biodiversidade) em ilhas ignora as questões críticas de biodiversidade levantadas por espécies invasoras, incluindo a interrupção das interações de espécies endêmicas, enfraquecimento da estabilidade do ecossistema , alteração das funções do ecossistema e aumento da homogeneização da flora e da fauna.

Outro conjunto de falácias lógicas clássicas é o uso indevido, a deturpação e o uso seletivo de evidências. Shellenberger se vê como o cavaleiro branco que traz ciência e fatos aos argumentos emocionais. “Cada fato, afirmação e argumento neste livro é baseado na melhor ciência disponível ... Apocalypse Never defende a ciência convencional daqueles que a negam na direita e na esquerda políticas.” (AN, p. Xiii) Mas, muitas vezes, seus argumentos são baseados no uso inadequado de evidências, ciência desatualizada ou escolhida a dedo, mal-entendidos ou deturpação, ou apenas erros absolutos.

Uma das falhas mais comuns é o uso confuso dos termos "pode", "poderia", "irá", "provavelmente" e assim por diante. Essas escolhas gramaticais geralmente refletem o otimismo cornucópico clássico e a vantagem de contar ao público uma história positiva, em vez de uma baseada na evidência real. Por exemplo, ele afirma:

Quando se trata de produção de alimentos, a Organização para a Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO) conclui que a produtividade das culturas vai aumentar significativamente, sob uma ampla gama de cenários climáticos. (AN, p. 6, ênfase adicionada)

Que grande notícia, se soubéssemos com certeza que eram verdadeiras e em todos os cenários climáticos plausíveis. Mas, na verdade, esta é uma deturpação do relatório da FAO de 2018 citado , que olha para os futuros possíveis e realmente diz:

A mudança climática já tem efeitos negativos sobre o rendimento das safras, produção de gado e pesca, especialmente em países de baixa e média renda. É provável que tais impactos se tornem ainda mais fortes no final deste século. (enfase adicionada)

A mudança climática não tratada, que está associada, inter alia, a práticas agrícolas insustentáveis, provavelmente levará a um maior uso da terra e da água, afetando desproporcionalmente os pobres e exacerbando as desigualdades dentro e entre os países. Isso traz implicações negativas para a disponibilidade e acesso aos alimentos.

Existem muitos outros exemplos em que seu otimismo (as coisas “irão” acontecer) se sobrepõe às evidências científicas e às incertezas sobre o futuro.
Representar erroneamente o que os cientistas realmente dizem ou dizem

A discussão de Shellenberger sobre energia nuclear e risco também deturpa o que dizem os cientistas. Ele afirma que “misturar reatores e bombas era, como dizemos, a estratégia certa para os ambientalistas malthusianos” (AN, p. 242), mas para apoiar essa afirmação ele oferece o trabalho dos drs. Paul e Anne Ehrlich e John Holdren em seu livro de 1977, Ecoscience. Shellenberger cita sua declaração factual de que “O estoque de radioatividade de longa duração de um grande reator é mais de mil vezes o da bomba lançada em Hiroshima”. ( Ecociência, p. 445) Mas então ele falsamente diz que eles estão sugerindo que os reatores podem explodir como bombas: “A implicação estava errada. Os reatores nucleares não podem detonar como bombas. ” (AN, p. 242) Shellenberger estava ansioso por armar o espantalho de que os “ambientalistas malthusianos” não sabem a diferença entre reatores nucleares e bombas nucleares, mas no parágrafo antes da declaração que ele citou, Ehrlich, Ehrlich e Holdren (este último treinado em parte como físico nuclear, aliás) escreve literalmente: “É fisicamente impossível para um LWR [reator de água leve] ou qualquer reator de nêutron térmico explodir como uma bomba nuclear.” ( Ecoscience , p. 444)

Esta é apenas uma de uma série de deturpações das obras de Ehrlichs e Holdren. Apenas alguns parágrafos depois, por exemplo, ele diz "Holdren e os Ehrlichs tiveram que alegar que os combustíveis fósseis eram escassos para se opor à extensão dos fertilizantes e da agricultura industrial às nações pobres e para aumentar o alarme sobre a fome" (AN, p. 242) Isso é exatamente o oposto do que eles argumentaram por muito tempo. Para citar o Dr. Holdren : “O que os ambientalistas dizem principalmente sobre este tópico não é que estamos ficando sem energia, mas que estamos ficando sem meio ambiente - isto é, ficando sem capacidade de ar, água, solo e biota para absorver ”os impactos ambientais, sociais e de saúde da queima de combustíveis fósseis. (enfase adicionada)

Outro exemplo das confusões que permeiam as narrativas de Shellenberger é a seção “A ganância salvou as baleias, não o Greenpeace”. Seu argumento é que o petróleo barato, sintetizado pela descoberta de petróleo na Pensilvânia, salvou as baleias: “A descoberta do Poço Drake levou à produção generalizada de querosene à base de petróleo ... salvando assim as baleias”. (AN, p. 111) Apenas uma página depois, no entanto, ele reconhece “Mas então, a caça às baleias voltou, e em grande escala. Entre 1904 e 1978, os baleeiros mataram um milhão de baleias, quase três vezes mais do que antes. ” Ele então afirma que óleos vegetais baratos (ironicamente na forma de óleo de palma do desmatamento no Congo) salvaram as baleias, mas, novamente, tem que reconhecer que a matança maciça de baleias continuou.

O que finalmente levou à quase moratória atual da caça às baleias? Não apenas mudanças nas forças de mercado, não mudanças nas fontes de energia, não “ganância” e o crescimento da riqueza e prosperidade como ele argumenta, mas a mudança na opinião pública impulsionada por grupos ambientalistas e o público. E, estranhamente, sua última frase neste capítulo reconhece isso: “Quando se trata de proteger o meio ambiente movendo-se para alternativas superiores, as atitudes públicas e a ação política são importantes” (AN, p. 125) - exatamente o que grupos de defesa do meio ambiente como o Greenpeace que funcionou para mudar a opinião pública.
A incerteza científica não é o mesmo que 'Não sabemos'

Shellenberger entende mal o conceito de "incerteza" na ciência, cometendo o erro clássico de pensar sobre a incerteza no sentido coloquial de "Não sabemos", em vez da forma como os cientistas a usam para apresentar "uma gama de possibilidades". Em sua discussão sobre pontos de inflexão catastróficos como a perda de mantos de gelo, florestas e espécies morrem na Amazônia e mudanças na circulação do oceano, ele diz (AN, p. 25):

O alto nível de incerteza em cada um, e uma complexidade maior do que a soma de suas partes, torna muitos cenários de ponto de inflexão não científicos ... não há evidências científicas de que um seria mais provável ou catastrófico do que outros cenários potencialmente catastróficos, incluindo um asteróide impacto, supervulcões ou uma pandemia de gripe invulgarmente mortal.

Isso é errado e dificilmente reconfortante. Em primeiro lugar, os altos níveis de incerteza não são "não científicos" e, em segundo lugar, enquanto a maioria das avaliações climáticas do IPCC e outros geralmente não avaliam o risco de catástrofes globais como essas, eles não os descartam, especialmente se formos muito lentos agir. O falecido cientista climático Dr. Stephen Schneider, em uma crítica a este mesmo argumento feita por outro Cornucopian, abordou a importância crítica de olhar para as probabilidades de risco extremo na "cauda gorda" das distribuições de probabilidade e disse:

É precisamente porque a comunidade científica responsável não pode descartar tais resultados catastróficos com um alto nível de confiança que as políticas de mitigação do clima são seriamente propostas.

Assim, quando os cientistas discutem possíveis riscos climáticos catastróficos, eles não estão sendo “apocalípticos” - eles estão identificando responsavelmente os riscos que devem ser avaliados e discutidos no contexto da ciência, economia, políticas públicas e saúde pública.

Outra falácia lógica clássica é tentar desacreditar o argumento de um oponente atacando a pessoa e seus motivos, ao invés do argumento - daí o latim “ad hominem” (“contra o homem”). Ataques ad hominem são generalizados neste livro e prejudicam seu tom e conteúdo. Shellenberger ataca os “ambientalistas apocalípticos” como “alheios, ou pior, despreocupados” com a pobreza (AN, p. 35) ou por se opor a uma enorme barragem no rio Congo. (AN, p. 276) Ele ataca as finanças de líderes e grupos ambientais importantes como o falecido David Brower, argumentando que eles aceitaram doações de empresas de combustíveis fósseis para “lavagem verde do fechamento de usinas nucleares”. (AN, p. 205) E ele ataca os motivos, reputações e ciência de muitos cientistas ambientais e geofísicos individuais cujo trabalho contradiz seus argumentos.
A mídia e os cientistas ambientais têm o oposto de um 'amor pela humanidade'?

Mas Shellenberger tem um nível especial de animosidade com a imprensa:

A mídia de notícias, editores e jornalistas podem considerar se sua constante sensacionalização dos problemas ambientais é consistente com seu compromisso profissional com a justiça e precisão, e seu compromisso pessoal em ser uma força positiva no mundo. Embora eu seja cético de que ativistas ambientais secretos que trabalham como jornalistas possam mudar a forma como fazem suas reportagens, tenho esperança de que a competição de instituições de mídia de notícias tradicionais, possibilitada pela mídia social, injete nova competitividade no jornalismo ambiental e eleve os padrões ( AN, p. 277-278)

Nos exemplos mais perturbadores de ataques pessoais cruéis, ele pinta amplas categorias de pessoas que discordam dele como motivadas pelo ódio à humanidade:

Quando ouvimos ativistas, jornalistas, cientistas do IPCC e outros afirmarem que a mudança climática será apocalíptica a menos que façamos mudanças radicais e imediatas, incluindo reduções maciças no consumo de energia, podemos considerar se eles são motivados pelo amor pela humanidade ou algo mais próximo do seu oposto (AN, p. 275, ênfase adicionada). Devemos lutar contra os ambientalistas malthusianos e apocalípticos que condenam a civilização humana e a própria humanidade. (AN, p. 274) (ênfase adicionada).

Ele argumenta em suas seções finais que as pessoas preocupadas com desastres ambientais estão representando "uma espécie de fantasia subconsciente para pessoas que não gostam da civilização" (AN, p. 270) e sugere que as pessoas que se opõem às soluções que ele prefere o fazem porque desejam a destruição da civilização - um ataque desagradável aos motivos de todos aqueles que trabalham neste campo.

Finalmente, o livro está repleto de uma variedade de erros simples. Qualquer livro com tantos números, citações e afirmações corre o risco de ter alguns erros, é claro. Mas o número e o escopo deles aqui são problemáticos. Um catálogo abrangente está muito além do escopo desta revisão, mas um exemplo é uma grande distorção da quantidade de água necessária para produzir energia. Ele diz “E queimar gás em vez de carvão para eletricidade requer 25 a 50 vezes menos água”. (AN, p. 118) Conforme mostrado pelos números reais da referência que ele cita, no entanto, a diferença é um fator de cerca de dois ou menos, não 25 a 50. E em uma omissão importante, ele deixa de notar que a chave renovável fontes de energia como o vento e a energia solar fotovoltaica requerem muito menos água por unidade de eletricidade produzida do que todos os combustíveis fósseis e usinas térmicas nucleares.este artigo de 2015 , entre muitos outros) mostrando como as temporadas de incêndios ficaram muito mais longas como resultado do aumento das temperaturas e mudanças nos padrões de precipitação. Ele afirma, duas vezes (AN pp. 211 e 241), que as usinas nucleares produzem “poluição zero” - um exagero impreciso e desnecessário.
Uma meta comum compartilhada para 'um futuro melhor'

Shellenberger sem dúvida acredita e apóia a meta de um futuro melhor. O mesmo acontece com cientistas ambientais, ativistas e qualquer ser humano decente. As divergências que ouvimos residem em diferentes percepções das causas profundas de nossas crises e na escolha de soluções para mover nosso mundo atual para um futuro melhor. Mas polêmicas ideológicas, mal-entendidos e deturpações da ciência e ataques ad hominem furiosos a outros que trabalham no campo não fazem nada para nos mover na direção certa.

Há incerteza sobre o melhor caminho a seguir. Aqueles que acreditam que a evidência mostra que nosso caminho atual cruza limites planetários perigosos e pode levar a graves perturbações ambientais e sociais não podem provar que um futuro apocalíptico acontecerá - eles estão argumentando que devemos fazer o possível para evitá-lo. Mas nem os cornucópios podem provar que soluções tecnológicas estreitas e crescimento econômico sem restrições evitarão esses futuros catastróficos. O desequilíbrio desses pontos de vista é fundamental, no entanto: se os malthusianos estivessem errados, tudo o que teriam feito seria tornar o mundo um lugar melhor. Se os cornucópios estiverem errados, os resultados apocalípticos são de fato uma possibilidade real.

Onde isso nos deixa? Identificar, divulgar e trabalhar para evitar futuros desastres ambientais e sociais é de vital importância. Trabalho na interseção da ciência e da política em questões de mudança climática, recursos de água doce e conflitos ambientais há mais de 40 anos, e a boa notícia é que existem soluções positivas e eficazes. Sabemos como fornecer água potável e saneamento aos bilhões que ainda carecem. Sabemos que agora devemos trabalhar para cortar as emissões de gases de efeito estufa para reduzir a severidade das mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, trabalhar para nos adaptar aos impactos que não podemos mais evitar. Sabemos como melhorar a eficiência agrícola para cultivar alimentos suficientes para todos e levá-los às bocas famintas.

O que nos falta são esforços adequados para priorizar soluções, consertar falhas governamentais e institucionais, motivar os formuladores de políticas e, infelizmente, conversar racionalmente uns com os outros sobre como avançar com rapidez e eficácia. Este livro não contribui para esses esforços tão necessários.

O Dr. Peter H. Gleick é presidente emérito do Pacific Institute, membro da US National Academy of Sciences, MacArthur Fellow e ganhador do Prêmio Carl Sagan 2018 de Popularização da Ciência.


https://yaleclimateconnections.org/2020/07/review-bad-science-and-bad-arguments-abound-in-apocalypse-never/?fbclid=IwAR2iqQD6sfmcuxuTlY96jjt6Hf8Xhh0e0Q8x6ekXe_ThIHqzrr-OLPpmIyQ

16 maio 2021

A BEM DA NAÇÃO!

 

Desde 1910 com a imposição da república aos portugueses sob ameaça da guilhotina francesa que cortou milhares de cabeças a pessoas indefesas a carbonária assassina transformou-se em primos lacaios das elites maçónicas ditas agnósticas laicas e socialistas GOL/GLRP inspiradas no liberalismo proletário francês ou inglês mais elitista.
O primeiro objetivo foi estupidificar e formatar a mente do povo através do controlo da comunicação Social.

CENSURA DITATORIAL REPUBLICANA:

• 1° no "estado criminoso" Afonso Costa montou as brigadas da "formiga branca" uns cães de fila que entravam nas TIPOGRAFIAS destruíam todas as publicações que não fossem da república.

• 2° no "estado novo" da república a PIDE invenção da maçonaria GOL, criou o CNI onde funcionava o corte textos nos "graneis tipográficos" com grosso LAPIS AZUL de assuntos não favoráveis ao regime FASCISTA REPUBLICANO. 
(ninguém que aparece nas redes sociais a comentar, foi tipografo, litografo, ou de artes correlativas «tecnologia que já não existe e a maioria dos técnicos já morreram», por isso nem imaginam como isto funcionava porque não viram só ouviram dizer coisas muitas delas mentiras do imaginário dito de esquerda).

• 3° no "novo estado" dito democrático de guerra partidocratica republicana após 25a, com a invasão e ocupação selvagem pela esquerda em todos os sectores do Estado é um facto para controlar eleitorados com manipulação de textos, imagens e discursos "canhotos" na COMUNICAÇÃO SOCIAL que aplicou sofisticada CENSURA através de fonte única de validação de informação a LUSA.
Com a venda da SOBERANIA de Portugal aos estrangeiros na parte política á união europeia, o território aos chineses ou ao capitalismo selvagem, entrou a parte das NOVAS TECNOLOGIAS DIGITAIS meio de CENSURA/CONTROLO da humanidade pela GERINGONÇAS comandadas pela internacional socialista, onu, bilderberg, etc. etc. baseadas nos medos pandémico, mentiras de emergência climática... só não lhes convém acabar, porque são incompetentes, com a desgraça mundial a POLUIÇÃO do AR, dos SOLOS e da AGUA o mais importante para a VIDA NO PLANETA TERRA.

LIBERDADE, IGUALDADE, FRATERNIDADE:

- Nada na natureza do universo tem liberdade, tudo está sujeito a condições de existência.
- Nada na natureza do universo é igual, a existência implica gestão de diferenças.
- Fraternidade não existe na vida animal, pode existir solidariedade por interesses de espécie. 

<O TRIUNFO DOS PORCOS>

Como na fábula  "todos os animais são iguais mas os porcos são mais iguais que outros" 
(a censura democrática até neste livro já mudou o título em edições mais recentes).

QUEM NÃO GOSTA DE PASQUINS DA DIREITA USEM OS PASQUINS DA ESQUERDA SERVEM COMO SUCEDÂNEOS DO PAPEL HIGIÉNICO QUE VAI DEIXAR DE HAVER QUANDO ACABAREM DE MANDAR QUEIMAR (*) TODOS OS EUCALIPTOS A FIM DE IMPLANTAREM MILHÕES DE PAINÉIS VOLTAICOS EM TODO TERRITÓRIO … OU EXTRAÍREM O CANCERIGENO LÍTIO PARA NEGÓCIOS DA POLUENTE TRANSIÇÃO ENERGÉTICA APADRINHADOS POR SOCIALISTAS 
… temas mandados barafustar e vitimizar como convém pela fingida "extrema esquerda caviar" ex-UDP's etc. reunida pelo "ps/gol" com aceitação de todos os partidos do montado sistema maçónico/carbonário corrupto.

(*) nada arde arde sem ignição mesmo com altas temperaturas no verão.

12 maio 2021

TENATIVA DE INVASÃO DE PORTUGAL EM 1940...





"Decidi preparar a invasão de Portugal"

Por Maria José Oliveira 
 (in Público)


Em 1940, o Alto Estado-Maior espanhol elaborou, a pedido de Franco, um plano de ataque a Portugal, com a ocupação de Lisboa e a tomada de toda a costa nacional. O documento foi descoberto pelo historiador espanhol Manuel Ros Agudo, que estará em Lisboa, na terça-feira, para dar uma palestra sobre o tema,

O plano não permitia qualquer falha. Tudo começaria com um ultimato (impossível de cumprir) e um prazo limite de 24 horas ou 48 horas, findas as quais teria início a invasão de Portugal.

A operação incluía intervenções por terra, ar e mar e as primeiras incursões terrestres, realizadas por um contingente de 250 mil combatentes espanhóis, avançariam em direcção a Ciudad-Rodrigo, Guarda, Celorico da Beira, Coimbra, Lisboa, Elvas, Évora e Setúbal - a ocupação da capital e a divisão do país em três parcelas constituíam os passos fundamentais para a conquista de Portugal. Ao longo de quase 70 anos, o Plano de Campanha nº 1 (34), o grande projecto de Franco para invadir Portugal, delineado em plena II Guerra Mundial (1940), esteve "adormecido" nos arquivos da Fundação Francisco Franco. Os rumores da tentação franquista de conquistar Portugal há muito que circulam no meio historiográfico - até porque uma das grandes orientações da política externa de António de Oliveira Salazar, durante o conflito mundial, consistia na independência nacional face à ameaça da anexação espanhola. Mas só recentemente foi possível confirmar que os temores de Salazar tinham justificação.

Em 2005, o historiador espanhol Manuel Ros Agudo foi o primeiro investigador a aceder às cem páginas que compõem o plano de ataque contra Portugal, elaborado pela 1ª secção do Alto Estado-Maior (AEM) espanhol no segundo semestre de 1940. O ineditismo da descoberta levou o investigador, de 47 anos, a dedicar-lhe um capítulo na sua obra A Grande Tentação - Franco, o Império Colonial e o projecto de intervenção espanhola na Segunda Guerra Mundial, recém-editada em Portugal pela Casa das Letras. Na próxima terça-feira, Ros Agudo é um dos oradores da conferênciaA Península Ibérica na II Guerra Mundial - Os planos de invasão e defesa de Portugal, a realizar no Instituto de Defesa Nacional, a partir das 14h30, numa iniciativa conjunta com o Instituto de História Contemporânea.

Devastador e célere

O projecto de invadir Portugal não configurava uma "acção isolada", como se pode ler numa das alíneas dos documentos analisados por Ros Agudo. Tratava-se de uma operação preventiva, no âmbito da ambição franquista de declarar guerra à Inglaterra. Numa altura em que França já caíra sob o domínio da Alemanha nazi, Espanha, então com o estatuto de país não-beligerante, acalentava o sonho de um império norte-africano. Nem Hitler nem Mussolini podiam, em 1940, garantir a Franco a concretização deste desejo. Mas isso não fez esmorecer as ideias expansionistas e bélicas do "Caudilho".

A guerra contra a Inglaterra teria início com a tomada de Gibraltar. Porém, os estrategas do AEM prenunciavam que a primeira resposta britânica a este ataque fosse "um desembarque em Portugal com a ideia de montar uma cabeça-de-ponte para a invasão da península". Por isso, no plano ofensivo, determinava-se o emprego dos "meios necessários para bater o Exército português e o seu Aliado; ocupação do país e defesa das suas costas".

Tudo isto seria realizado sem o conhecimento prévio de Hitler e Mussolini. Porque Franco "queria manter o carácter secreto das operações, ter liberdade de manobra e também por questões de orgulho", explicou Ros Agudo ao P2.

Contudo, após iniciados os ataques a Gibraltar e a Portugal, Espanha previa o apoio da aviação alemã, "nomeadamente com o reforço de bombardeiros e caças". A participação da aviação espanhola estava também definida no plano de ataque (com as missões de "destruir a aviação inimiga e as suas bases" e de "atacar os núcleos de comunicação, especialmente nas direcções da invasão, e os transportes de tropas"). Mas Espanha receava que o vasto contingente de homens em terra se confrontasse com a superioridade luso-britânica no ar. Neste âmbito, o reforço alemão seria indispensável. Assim como se afigurava prioritário um ataque terrestre devastador e célere.

Para a Marinha, o AEM planeara um conjunto de acções de defesa ("exercer acções com os submarinos sobre as comunicações inimigas", "proteger as comunicações com o Protectorado de Marrocos e Baleares"; "efectuar acções de minagem nos próprios portos") que pressupunham uma reacção rápida da Marinha britânica.

E Salazar?

Em Dezembro de 1940, quando Franco escreveu, assessorado pelo AEM, que decidira atacar Portugal - "Decidi [...] preparar a invasão de Portugal, com o objectivo de ocupar Lisboa e o resto da costa portuguesa" -, o Tratado de Amizade e Não Agressão, firmado pelos dois países em Março de 1939, não passava de um documento sem importância para o "Caudilho". Mas foi a partir desse acordo que os franquistas intensificaram as pressões diplomáticas para Portugal deixar de respeitar os compromissos da aliança luso-britânica: fizeram-no através de Nicolau Franco, irmão do ditador espanhol e embaixador em Lisboa; e também "aconselharam" o então embaixador português em Madrid, Pedro Teotónio Pereira.

Perante os planos de anexação, Espanha não desprezava apenas o pacto de não agressão, mas também a intervenção activa e material do Governo de Salazar no apoio aos franquistas durante a Guerra Civil de Espanha - três a cinco mil "viriatos" combateram nas fileiras das milícias da Falange, do Exército e da Legião espanhola, muitos deles recrutados através de anúncios nos jornais pagos pelo Estado; a rádio emitia propaganda franquista; e Salazar promoveu a mobilização anti-comunista (recolhendo benefícios para a sustentação do Estado Novo).

Atentando no rigor e na determinação plasmadas no Plano de Campanha nº 1 (34), urge questionar qual o destino que reservava Franco para o ditador português, na eventualidade de a ocupação ter avançado.

A documentação descoberta por Ros Agudo cinge-se aos aspectos puramente militares e não contempla a "sorte pessoal" do presidente do Conselho. Mas o historiador, professor de História Contemporânea na Universidade San Pablo, em Madrid, avançou ao P2 duas hipóteses: "O destino de Salazar e do seu Governo, no caso de Portugal não conseguir resistir à invasão, seria estabelecerem-se nas colónias (Angola ou Moçambique); ou podiam exilar o Governo em Londres, como aconteceu com alguns países europeus ocupados pelo Eixo".

Palavras encomendadas

Quanto ao futuro de Portugal, não há qualquer referência nos documentos, ficando sem resposta a pergunta sobre se a ocupação seria ou não temporária. No entanto, Ros Agudo cita no seu livro as "inquietantes" palavras de Serrano Suñer, ministro dos Assuntos Exteriores espanhol, ao seu homólogo alemão, Joachim von Ribbentrop, datadas de Setembro de 1940: "(...) ninguém pode deixar de se dar conta, ao olhar para o mapa da Europa, que, geograficamente falando, Portugal na realidade não tinha o direito de existir. Tinha apenas uma justificação moral e política para a sua independência pelo facto dos seus quase 800 anos de existência".

Ros Agudo acredita que estas palavras, proferidas em Berlim, foram "encomendadas" a Suñer por Franco, com a intenção de averiguar "a reacção de Hitler perante a ideia de um Portugal integrado num futuro grande Estado ibérico". Mas o Führer não quis fazer qualquer compromisso sobre este assunto", nota o historiador.

Apesar das declarações de Serrano Suñer, Manuel Ros Agudo não crê que Franco pretendesse "uma integração pura e dura num Estado ibérico" Porque isso arrastaria "muitos problemas". "É possível que, sob uma Nova Ordem europeia, na eventualidade da vitória fascista e da derrota da Grã-Bretanha, Franco tivesse permitido a existência de um Portugal marioneta, fascista e inofensivo", diz. E, continuando num exercício de História virtual, acrescenta: "Se a Rússia tivesse sido eliminada por Hitler, o grande confronto, ou a Guerra Fria dos anos 50 e décadas posteriores, teria acontecido entre os EUA, por um lado, o grande bloco euro-africano fascista, pelo outro, assumindo este último um papel semelhante ao bloco soviético que conhecemos. Tanto Espanha como Portugal teria feito parte desse bloco constituído pelas potências do Eixo".

Nos últimos meses de 1940, o Plano de Campanha nº 1 (34) esteve prestes a ser realizado. Franco ordenara a prontidão militar para o ataque. Mas o que lhe sobrava em meios operacionais faltava-lhe em condições políticas, nomeadamente a garantia dos apoios alemão e italiano e a concretização das ideias imperialistas. "Os requisitos políticos para dar esse passo - as garantias de obtenção de um império em África - acabaram por não ser dados", explica Ros Agudo.

O plano foi então depositado em arquivo e tornado inacessível durante quase sete décadas

25 abril 2021

A bela e nobre tradição de matar fascistas

     Jaime Nogueira Pinto Colunista do Observador, 16 abr. 2021

A grande ameaça à nossa Democracia não é a corrupção, nem o compadrio, nem as injustiças da Justiça, mas os “populistas de extrema-direita”, que arranjam todos os pretextos para manipular o povo.
A peça Catarina e a Beleza de Matar Fascistas, agora no Teatro Nacional Dona Maria, gira à volta de uma família de resistentes antifascistas que tem por tradição matar um fascista por ano. Não vi a peça, mas conheço a tradição – que é tudo menos fictícia.

Os comunistas podem não comer criancinhas ao pequeno-almoço, como nos elucidou, em livre divagação sobre a imbecilidade das direitas, o Conselheiro (não o Acácio, mas o de Estado), mas a verdade é que passaram todo o século XX a matar fascistas.

Mataram muitos em Espanha, em 1936. Fascistas ou os que se lhes afiguraram fascistas.

Mataram José António Primo de Rivera, que era falangista, Ramiro Ledesma Ramos, que era mesmo fascista, Ramiro de Maeztu, que era tradicionalista, Calvo Sotelo, que era da direita nacional-conservadora; massacraram presos em Paracuellos del Jarama, fuzilaram mais de sete mil bispos, padres, religiosos e religiosas (desde Diocleciano que não se matavam tantos cristãos em tão pouco tempo, como nesse Verão de 1936); e mataram militares e civis das direitas, que expeditamente transformaram em “fascistas” para os poderem matar em beleza e em boa consciência.

De Lenine a Estaline – a tradição eslavófila

E enquanto os comunistas – e os anarquistas e os socialistas – espanhóis estavam muito bem a matar fascistas em Espanha, o mais importante dos comunistas, o Grande Pai dos Povos, Josef Vissariónovitch, Estaline, atarefava-se na União Soviética a matar comunistas e judeus comunistas – que, para ele, e em sentido lato, também eram “fascistas”. Os bolcheviques já tinham matado os fascistas todos – fascistas avant-la-lettre, já que a Marcha sobre Roma só se efectivaria em Outubro de 1922, no fim da guerra civil russa –, mas, em todo o caso, os “maus”: russos brancos, padres, aristocratas, camponeses e a família do Czar, incluindo crianças, criados e cães. E depois, conservadores, liberais, mencheviques, democratas. O Grande Lenine instituiu os campos de concentração, e Felix Dzerdjinsky, o aristocrata polaco comunista, chefe da Tcheka, tratou de lá internar dezenas de milhares de dissidentes, de “fascistas”, portanto. E assim foram os comunistas, os antifascistas, instituindo a nobre e bela tradição de matar fascistas em nome de um futuro radioso, de um mundo melhor, de um mundo perfeito. Porque para que o mundo possa ser perfeito é preciso matar os “maus” e, como toda a gente sabe, os únicos maus que há no mundo são os fascistas.

Diga-se em abono da verdade que, na peça que está agora no Dona Maria e que se passa no Ano da Graça de 2028, a família que cumpre a tradição de matar o seu fascistazinho anual desde os tempos do salazarismo é subitamente acometida por problemas de consciência.

Pelos vistos pela primeira vez em 2028. Será lícita a violência, mesmo que seja para defender a Democracia? Deverão “os bons” matar “os maus” para salvar o mundo e as amplas liberdades democráticas? Isto porque na esquerda doméstica, feita quase só de Catarinas boazinhas, mais cedo ou mais tarde, até os mais tradicionalistas são acometidos por problemas de consciência. Talvez lá para 2028 a nobre dúvida venha também a assaltar o deputado do PS que teve muita pena que o 25 de Abril não tivesse visto “sangue” e “mortos”.

Seja como for, semelhantes dilemas não perturbavam os verdadeiros comunistas, os puros e duros: quando se tratou de fazer a colectivização, Estaline não teve problemas de consciência e matou à fome quatro, cinco, seis, sete milhões de camponeses (o tal Holodomor que, do alto do seu observatório televisivo, o Conselheiro desconsidera com um irónico trejeito de boca).

E, para não quebrar a tradição, quando lhe começaram a faltar fascistas, reaccionários, Kulaks, camponeses, para matar, quando já não tinha sequer mencheviques, o que fez o “Pai dos Povos”, o “Corifeu da Ciência”, o “Arquitecto do Comunismo”, o “Jardineiro da Felicidade Humana”? Voltou-se para os que não eram tão bons comunistas como deviam ser, convertendo-os, mais uma vez, em “fascistas”. Fê-lo com todo o à-vontade, pois no mundo de tábua-rasa que antecede o mundo perfeito, no mundo sem igrejas, sem propriedade privada, sem sociedade civil, só com Partido, os chefes, que têm na mão o Partido, têm também o poder absoluto, que vão usando, mais ou menos criativa e demencialmente, quais Calígulas ou Neros.

A morte é bela 

Macbeth, um modelo de tirano violento e assassino, tem remorsos e sonhos terríveis. Os
 grandes líderes comunistas do século passado, Lenine, Estaline, Mao, Pol Pot, Ceausescu, Mengistu, não eram sequer atormentados pelos espectros das suas vítimas. E como o poderiam ser, se lutavam por um mundo melhor e por uma humanidade perfeita e as suas vítimas eram todas fascistas ou qualquer coisa de equivalente? Para eles, como para a família de Catarinas antifascistas do Dona Maria, matar era uma beleza.

Nos últimos dias da Segunda Guerra Mundial, o festival de “matar fascistas” esteve muito concorrido no Norte de Itália. E aí havia fascistas autênticos para matar. Os resistentes e os comunistas multiplicaram-se à medida que a guerra e as tropas aliadas iam expulsando os alemães, e a guerra civil entre os combatentes da República Social Italiana do Norte e os partigiani escalou em violência.

E mataram o “fascista nº 1”, Benito Mussolini, com a sua companheira, Clara Petacci. Mais uma vez, fizeram-no em beleza, pendurando-os pelos pés em plena cidade de Milão. Depois, mataram mais umas dezenas de milhares, pelo norte de Itália. Em França, onde o número de resistentes se multiplicou depois do Desembarque da Normandia, e sobretudo no pós-guerra, os comunistas aproveitaram a libertação para eliminar, não só colaboracionistas, mas gente da direita católica, monárquica e conservadora. Todos fascistas, claro. E os primeiros resistentes tinham sido de direita, como o general De Gaulle e os militares que o acompanharam em Londres, ainda os comunistas colaboravam com as forças de ocupação alemã (entre Junho de 1940, a entrada da Wehrmacht em Paris, e Junho de 1941, quando

Hitler invadiu a Rússia)… Mas isso pouco importa, varrido que foi para debaixo dos sofás da História, em cuja reescrita se especializaram.

O outro notório matador de fascistas, o Grande Timoneiro, Mao Tsé-Tung, também cumpriu generosamente a tradição e a tarefa, matando em quantidades industriais. Começou pelos fascistas do Kuomintang de Chiang Kai-shek, durante a guerra civil, e, depois da vitória de 1949, passou aos agricultores, aos altos e médios funcionários e aos militares. Tal como na Rússia, acabados os “fascistas”, voltou-se para os camponeses, esses claramente fascizantes, e com o Grande Salto em Frente, deixou 40 ou 50 milhões de mortos à fome. Aqui os comunistas de estirpe maoista, no cumprimento do Plano, também não comeram criancinhas, mas os casos de canibalismo nas famílias esfomeadas multiplicaram-se. Mais ainda que na Ucrânia. (Talvez o Conselheiro também reserve uma pérola de ironia para esta outra curiosidade histórica.)

O Grande Salto em Frente: da Revolução Cultural ao Activismo Tofu 

Sempre rumo a um mundo melhor – e sempre procedendo ao saneamento de fascistas que os mundos melhores exigem –, Mao lançou em 1966 a grande Revolução Cultural Proletária, soltando por toda a China milhões de Guardas Vermelhos, voluntariosos estudantes que, estimulados pelo Livro Vermelho, se dedicaram a prender, a insultar, a humilhar, os mais velhos – os pais, os professores e todos os inimigos reais ou imaginários do Presidente Mao.

E o paranóico frenesim propagou-se. No Camboja, com Pol Pot, cumpriu-se no maior genocídio da História, em proporção: nada mais, nada menos que um terço da população… Mas como resistir à beleza da tradição? E o que fazer quando um terço da população se afigura claramente “fascista”?

À Europa, a tradição chegou em versão folclórica, com os grupos maoistas, no Maio de 68. E em Itália e na Alemanha, ao folclore seguiu-se a deriva terrorista.

Por cá, foi quase só folclore, com uns julgamentos nas faculdades semi-ocupadas. Passei como réu por um desses tribunais, em 1970. Uma fantochada de meninos do Teatro, um “matar fascistas” em versão portuguesa, mas que representava bem o fanatismo imbecilizante da ideologia assassina que lhe presidia. E com a Revolução, outras Forças Populares viriam. E essas bastante mais letais do que teatrais.

Pois é, comunistas, maoistas, anarquistas, radicais das várias igrejas e seitas utópicas do bloco das esquerdas foram passando com distinção na nobre e bela tradição de matar fascistas e, quando não havia fascistas para matar, passaram a matar-se uns aos outros, chamando-se “fascistas”.


Na peça agora em exibição, há a tal família alentejana que, desde a morte de Catarina Eufémia, mata todos os anos um fascista; e o fascista do ano, como não podia deixar de ser, preenche todos os requisitos – é sexista, racista, agressor, assassino de mulheres, enfim, alguém de intrínseca e de verdadeiramente mau (mas não Tsé-Tung).

Todos sabemos que a grande ameaça à nossa Democracia não é a corrupção, nem o compadrio, nem a estagnação, nem o alastrar da pobreza, real, moral e intelectual, nem o funcionamento enviesado da justiça criminal e social, do ensino, do acesso ao emprego e à informação; nem tão pouco a imposição de uma linguagem e de um pensamento incontestáveis e de leis passadas à socapa como moeda de troca para grupos radicais. Talvez por isso a distopia agora em cena no Dona Maria se centre na grande ameaça que paira sobre nós, na verdadeira ameaça, no Grande Medo: o inexplicável aparecimento do “fascismo”, dos “maus”, que arranjam todos os pretextos para manipular o povo contra a Democracia.

Daí que se imagine o poder em Portugal, em 2028, nas mãos de um partido populista, um partido de extrema-direita que, como seria de esperar, preconiza e aplica vários horrores, numa distopia imaginada à medida local, uma distopia que chega ao poder por eleições. E que vai criar um Estado concentracionário, com reservas para ciganos e imigrantes, controlo de opinião, e todo o rol de horrores que se espera apenas e só de um “Estado fascista”. Mas que, curiosamente, até hoje – além do Holocausto hitleriano, que durou o tempo da guerra –, tem sido o apanágio de Estados antifascistas – na Rússia, na China, no Camboja, na Etiópia, na Coreia do Norte, até em Cuba.

Também curiosamente, e fazendo as contas, se a fictícia família antifascista que está em cena mata um fascista por ano desde 1954, já terá matado, ao tempo da acção, 74 fascistas em território português. Mais do que a Ditadura Militar e o Estado Novo, de 1926 a 1974.

O espectáculo parece fascinante e os problemas de consciência de Catarina excelentes, mas a verdade é que, até hoje, os antifascistas já mataram muito mais do que os fascistas – e fascistas em sentido estrito e em sentido lato.

E isto, Catarina, é capaz de ter alguma importância. 

Mas, enfim, que sei eu? Matar fascistas não deixará nunca de ser belo. Ah, e os cenários, e o guarda-roupa, e o Alentejo das ceifeiras, a evocar o cuidado guarda-roupa das ceifeiras e dos ceifeiros do saudoso PREC! E ah, a mestria do inesperado pormenor de uma t-shirt do Black Lives Matter, a dar ao espectáculo um toque de modernidade e de activismo, entre os ecos de Brecht e toda a mística da revolução! E o título em parangonas no coração da cidade? A Beleza de Matar Fascistas, ali, com todas as letras… ainda que não seja para levar à letra, mas tão só para funcionar como denúncia do discurso de ódio (dos outros), como apelo à defesa das vidas (e das mortes) que importam; enfim, como um hino à beleza e à urgência do “activismo”, a nova ficção da revolução!

02 abril 2021

SEMANA SANTA DA PÁSCOA 2021


ALELUIA !

Glória a 
Deus
Pai, 
Filho, 
Espírito Santo.


O Sepulcro está vazio, Jesus ressuscitou!

"Jesus continua, em sua nova forma de existência, vindo ao nosso encontro e quer saber quais são as causas de nossa tristeza. Ele é o consolador, é a nossa alegria, é a nossa vida!"


TORTURADO NA CRUZ

De acordo com Marcos 15:25, ele resistiu ao tormento por aproximadamente seis horas, da hora terça (aproximadamente 9 da manhã) até a sua morte (Marcos 15:34-37), na hora nona (três da tarde).








Para salvar a humanidade

Jesus morre na Cruz por anunciar a verdade, por ter dito a verdade: que é o Filho de Deus!
Nós também seremos odiados se levarmos a sério, na coerência da nossa vida, a filiação divina recebida no nosso Baptismo.
Recordamos, hoje, a morte de Jesus Cristo na Cruz, como prova do seu grande amor por todos nós.
Que neste dia possamos pensar nos nossos pecados, na compaixão para com os outros e na renovação da nossa Fé.


Última Ceia

O dia em que a Igreja celebra a instituição dos grandes sacramentos da Ordem e da Eucaristia.












JESUS CRISTO ANUNCIOU A LEI DE DEUS, O ÚNICO CAMINHO DE VERDADE PARA QUE CADA SER HUMANO MEREÇA PARA SUA ALMA A PAZ NA VIDA ETERNA.



DEUS CRIADOR de tudo o que é visível e invisível permite á humanidade:
-LIBERDADE nas escolhas.
-SOLIDARIEDADE na natureza.
-IGUALDADE na vida eterna.

JESUS CRISTO EXPULSOU VENDILHÕES DO TEMPLO 

Jesus expulsou os mercadores do templo porque estavam usando a casa de Deus para fazer negócio e roubar o povo. Eles não tinham respeito pela casa de seu Pai.
Depois de sua entrada triunfal em Jerusalém, Jesus subiu ao templo. Ele viu muitas pessoas no pátio do templo comprando e vendendo animais e trocando dinheiro. Zangado, Jesus derrubou mesas e expulsou animais e comerciantes com um chicote (Marcos 11:15-16). Os chefes dos sacerdotes ficaram muito irritados com a atitude de Jesus mas não puderam fazer nada, porque ele tinha o apoio do povo.