29 abril 2020

FERRO RODRIGUES, o 25 DE ABRIL e o PAPEL HIGIÉNICO

"O Papa representa centenas de milhões de fieis e celebrou a Pascoa sozinho. 

Porque é que o PR não 
celebra sozinho o 
25 de Abril?"
Autor desconhecido 
(talvez a síntese mais conseguida da polémica). 

 Para variar arranjou-se um problema escusado com o modo desastroso como se entendeu, neste ano da Graça do Senhor de 2020, comemorar a data do 25/4/74.

Data que para uns representa o “alfa e o Ómega” da sua existência e para outros foi uma catástrofe medonha.

Pelo meio estão os “assim - assim” e, sobretudo, a grande fatia que tem dos eventos uma visão destituída de qualquer contextualização séria e realista.
Mas isso está perfeitamente afastado do discurso político e dos “curricula” escolares.

As razões pelas quais não se deveria comemorar o dito dia, nas circunstâncias actuais, do modo como a Assembleia da República (AR) aprovou (com o lavar de mãos dos demais órgãos superiores do Estado) estão por demais divulgadas pelo que não as vou referir.

Deixo apenas as palavras da citação e a lembrança da imagem do Papa na Basílica de S. Pedro, como síntese de tudo. Uma imagem a vários títulos, dolorosa.

Foi apenas a opinião pública que fez os responsáveis recuar no modelo inicialmente gizado, mesmo depois do Presidente da República (PR) ter reduzido o 10 de junho a um “acto simbólico”.
Não resisto todavia, a deixar uma questão: se a data mais próxima a ser exaltada, fosse a do 1º de Dezembro, iriam comemora-lo? Sejam sérios e respondam, não iam pois não? Eu conheço-os de ginjeira…

E respondam também, acaso a data do 25 de Abril, é mais importante do que a que evoca a luminosa aurora de 1640? Não são capazes de dizer, pois não?

Mas o Presidente da AR – que tratarei por V. Exª, por dever de respeito ao cargo e à dignidade do Estado não dever cair na sargeta - veio insurgir-se, admirado (!?), contra os protestos.

Na sua alarvidade habitual – por detrás da função está uma pessoa e político desqualificado – insinuou que os protestos tinham motivações ideológicas e aqueles que protestavam eram contra as comemorações e não tinham a coragem de o assumir.

É isto dito por uma espécie de esquerdopata caceteiro, que refocilou nas alfurjas dos “SUV” (soldados unidos vencerão) e do “MES” (movimento da esquerda socialista)! E tem o topete de afirmar que o assunto foi aprovado por 95% dos deputados, ou seja democraticamente – depois, note-se, de ter afirmado “urbi et orbi” que a data ia ser comemorada a modos que 2 “quer queiram quer não”- quando os ditos deputados (do sistema) nem a eles próprios se representam, muito menos aos eleitores, que nem votam directamente neles, mas apenas nas listas apresentadas pela estrutura partidocrática existente!

Ficámos a saber, por último, que não se usarão máscaras na cerimónia, não por razões de desnecessidade sanitária, mas porque na “casa da democracia” “não há bailes … de máscaras”.

Neste frenesim é acolitado por um outro diletante da política, que nunca trabalhou na vida, Alegre de sua graça, que destilou em tempos, o seu fel e maus instintos, pelos becos de Argel, e que em protesto solidário com os “capitães de Abril”, contra o governo de Passos Coelho, se recusou a ir ao Parlamento, em 25/4/2012!

Afinal as comemorações não são assim tão importantes e obviamente, não têm nada de ideológico…

Ora para que S. Excelência não possa dizer de mim o que verberou em outros, vou, na medida em que o seu cargo merece e a repulsa (asco) que a sua pessoa provoca, tentar explicar-lhe porque é que a data do 25/4/74, deve continuar a ser lembrada – as coisas boas e as más não se devem esquecer – mas devia deixar de ser feriado nacional.

A primeira razão é a mesma pela qual já ninguém se lembra do dia 24 de Agosto de 1820, ou seja a data que implantou o Liberalismo em Portugal. Data recuada que está, sem embargo, na origem do que se passa no presente. Do mesmo modo que não faz sentido que o 5 de Outubro de 1910 tenha o estatuto de feriado.

Como inteligente e prescientemente, os governos do “Estado Novo”, nunca fizeram da data de 28 de Maio de 1926, feriado. Muito menos nacional.

É já História.

Convém, no entanto, acrescentar o seguinte; tanto a implantação do Liberalismo como da República, são basicamente, obra da (s) Maçonaria (s). Esta (s) não estando na origem do 25 de Abril (até porque as “lojas” estavam praticamente todas de “colunas caídas”) veio a beneficiar e a ajudar, tanto do ocorrido a 25 de Abril como, sobretudo do 25 de Novembro.

O Liberalismo (também ele cheio de boas intenções) deu origem a golpes de estado, revoluções e guerras civis sucessivos, que só pararam em 1851 (a quente…). Não deve ter ficado muita vontade de o comemorar…

Além disso ainda não havia a ideia dos feriados, o que veio a ser inaugurado entre nós justamente, por causa do 1º de Dezembro, aprovado por decreto de 12 /10/1910, embora tivesse sido proposto do anterior, pela Sociedade Histórica para a Independência de Portugal.

Depois a implantação da República, que representou uma tentativa de imitação serôdia da Revolução Francesa, com a imposição do “democratismo”, as suas vanguardas carbonárias e os “Sant – culotes” jacobinos, ultrapassou pela esquerda baixa o pior do Liberalismo.
O feriado do 5 de Outubro bastava assim, aos republicanos, maçons e aos (poucos) socialistas e anarquistas existentes.

Perguntar-se-á porque é que o Estado Novo – que foi basicamente construído contra o caos da I República e a ditadura do Partido Democrático – manteve a data como feriado. Pois porque o novo regime se consolidou sob a forma republicana; por causa da fraqueza das elites monárquicas e porque – ao contrário do que se diz – teve que procurar alguns equilíbrios. Muitos maçons passaram, por ex., a colaborar com o regime fundado por Salazar, apesar de a agremiação ter sido proibida, em 1935.

Não obstante, manteve-se a evocação do 5 de Outubro, em “low profile”, sem brilho nem lustre, acabando em romarias de uns poucos caquéticos.

Como caquéticos estão já os protagonistas e apoiantes do 25 de Abril. 

Feito o parêntesis, acrescenta-se um argumento maior: o 25/4, e sobretudo o que se lhe seguiu, foram fruto de uma luta política, social e ideológica, entre facções, de uma parte da Nação contra outra ou outras. É uma data e um conjunto de eventos que dividiu e divide, o país transversalmente; que deixou ódios e cicatrizes por sarar. Que mudou nomes às ruas e deitou estátuas abaixo e erigiu outras…

Ora uma data destas não deve ser comemorada como feriado nacional, pois não tem nada de … nacional. É até, uma questão de bom senso e sanidade mental.

Aliás se tudo o que se passou tivesse resultado numa boa memória ou consciência nacional, a vida decorreria normalmente em harmonia e tal seria a melhor e suficiente homenagem. Ora não foi nada disto o que se passou.

De facto fazer um golpe de estado (que degenerou em revolução desbragada, coisa que não estaria na mente da maioria dos conspiradores, ou estaria?), não é propriamente a mesma coisa que ir tomar uma bica, com uns amigalhaços, ao café da esquina. E vale – e deve ser aferido - pelas intenções e, sobretudo, pelos resultados.

Ora as intenções mais tarde assumidas (todas muito “filantrópicas”) não tiveram nada a ver com as motivações do chamado MFA (que englobava cerca de 1 a 2% da oficialidade e nenhum sargento), cujos aderentes - não estou a falar de adesivos – resultaram da revolta que o tristemente célebre decreto-lei 353/73, de 13 de Julho, lhes provocou. Decreto que estabelecia as novas normas de passagem dos oficiais milicianos ao quadro permanente e que objectivamente prejudicava os capitães e parte dos majores mais modernos.

O que mais tarde, evoluiu para o derrube do governo pela via do golpe de estado. E quero crer que foram tão inconscientes que nem pensaram no dia seguinte…

Quanto aos resultados estes foram de uma desgraça inconcebível.

Começou pelo facto de a Junta de Salvação Nacional e o MFA, terem perdido o controlo da situação no dia seguinte ao golpe e nunca conseguiram cumprir o programa a que se tinham proposto ao país.

Em poucos meses tudo degenerou numa situação caótica em todos os âmbitos da vida nacional a tal ponto de estrangeiros nos terem classificado como “um manicómio em auto gestão”. O que só não era verdade porque pecava por defeito.

Este período, que ficou conhecido como “PREC” (processo revolucionário em curso), terminou a 25 de Novembro de 1975 (data, entretanto, convenientemente apagada do calendário), altura em que o que restava das Forças Armadas (FA) conseguiu evitar “in extremis” a imposição, pela violência, de uma ditadura comunista pura e dura.

Após, é bom lembrar, a derrota política e militar mais grave e vergonhosa de toda a nossa vetusta História, que resultou na independência traumática e miserável, de todos os territórios ultramarinos portugueses para as mãos de partidos marxistas, na órbita da URSS. 

Este crime não tem perdão.

Macau ficou a aguardar a sua entrega, mais por bom senso da China – que nunca reivindicou o território – do que desejo da nossa parte. E lá se foi em 1999.

Deste modo se alienou de uma penada inadjectivável, cerca de 95% do território e 60% da população, que vivia debaixo da Bandeira das Quinas, e tinham ficado como herança dos nossos antepassados. E sem ao menos terem a decência de lhes perguntar o que queriam…

Deixando em simultâneo, como “herança” futura, à artificialidade dos “novos países”, um cortejo de desgraças inominável, que os levou à autodestruição, com uma fila (estimada) de mais de dois milhões de mortos. É obra…

Será isto o que se quer comemorar a 25 de Abril?

Devemos ainda distinguir o que ocorreu em dois âmbitos: o militar e o civil.

No âmbito civil gerou-se o PREC, inicialmente e não só, provocado por militares que propositadamente, ou não, permitiram que o Poder caísse na rua, o que colocou a Nação à beira de uma guerra civil, ao fim de ano e meio. Dá um filme de terror de várias horas…

O que resultou no país ter ficado completamente esfacelado, política e socialmente; a economia de rastos, as finanças destruídas, a justiça substituída pela iniquidade. Numa palavra, ficou a saque! Parecia que todo o país estava a ser cruzado por um cano de esgoto gigante…

Só isto era razão suficiente para uma vergonha colectiva por décadas.

São estes acontecimentos que se querem comemorar?

Sabe, eu assisti a tudo muito atentamente…

Porque é que os novos próceres nunca se atreveram a julgar ninguém do anterior regime político, sobretudo tendo em conta os gravíssimos ápodos de que os acusaram?

Julgaram-se possuídos de uma superior generosidade, ou a soberba da Razão? Recearam nada ter para os incriminar, ou andavam de tal maneira obcecados em destruir tudo à sua volta, que nem se deram à maçada desse pormenor trabalhoso – e perigoso?

Sabe V. Exª, Ferro Rodrigues, que a vergonha na cara faz muita falta?

Quanto à parte militar: as FA que estavam a realizar a campanha militar mais bem conseguida, desde que o “Grande” Afonso de Albuquerque estabeleceu o poderio português na Índia, caíram a pique de um dia para o outro, no mais vergonhoso dos desempenhos.

Trata-se de se terem derrotado a elas próprias, enxovalhando-se, pois nem sequer foi o inimigo que as derrotou. Só que ao auto aniquilarem-se, levaram consigo a Nação que tinham jurado defender.

Um Exército pode aliás, ser derrotado e portar-se bem. Alcácer – Quibir representou uma das maiores derrotas militares que sofremos, mas as tropas bateram-se valentemente e estiveram a pouco de vencer. O próprio Rei D. Sebastião – tão mal apreciado e vilipendiado – comandou pessoalmente, três cargas de Cavalaria!

Pagou com a morte ou o degredo infamante – ainda não se determinou ao certo o que se passou – a sua valentia temerária e o erro de se ter posto à testa do Exército sem ter assegurado descendência, mas isso já é outra história.

A Liga dos Combatentes é, por vezes, criticada por insistir em comemorar a Batalha de La Lys, por ter sido uma enorme derrota (também durante a IGG, tirando a campanha dos Cuamatos, não há grandes vitórias a comemorar). As tropas estavam muito mal preparadas, por erros políticos precedentes, e foram literalmente esmagadas pelo poderio avassalador alemão. Foram sacrificadas, mas não desonraram a Bandeira Nacional.

O que se passou após o 25 de Abril não foi assim.

Umas magníficas Forças Armadas, que chegaram a ter cerca de 230.000 homens em pé de guerra, em três continentes e outros tantos oceanos, a combater bem e vitoriosamente, em três teatros de operações distintos, separados de milhares de quilómetros, durante 1 4 anos, transformaram-se rapidamente (nem dá para atinar!) em “bandos armados” desprovidos de qualquer valor militar. Tendo chegado a jurar bandeira de punho fechado…

Muitos episódios (que são espinhos cravados na minha alma de militar e de português) atestam o que estou a dizer. Mas fixemos apenas dois como ilustração: a vergonha inaudita da “rendição” da Companhia do Exército estacionada em Omar (norte de Moçambique) e a cena do Batalhão em cuecas, em Nova Lisboa.

A IM ficou manchada na sua Dignidade e na sua HONRA.

Esta Honra ainda não foi resgatada.

Será isto que se quer comemorar em 25 de Abril e perpectuar em feriado nacional?

A tropa portou-se tão mal e de um modo tão errático, que quando as coisas começaram a serenar após o 25 de Novembro – e nem esta data serve para as redimir, pois deixaram o que tinham para fazer muito aquém de meio – e sobretudo a partir de 1982, com o fim do Conselho da Revolução, conseguiu esta coisa única em todo o mundo: toda a gente no país ficou de mal com elas; uns por umas razões, outros por outras.

Numa palavra a IM ficou de mal com o país e este com ela, e ela consigo própria. Ainda hoje estão a sofrer deste estado de coisas. Nunca vi ninguém assumir esta factualidade.

Será isto, ainda e porventura, o que querem comemorar?

Vejamos ainda o que se seguiu (por alto).

Institucionalizada a III República com a aprovação da nova CR, em 1976, começou uma anunciada era de luz, Justiça e prosperidade – em antinomia já se vê, com a “longa noite fascista”, uma ditadura retrógrada e triste, no mais suave dos epítetos.

Em primeiro lugar exalta-se o valor da “Liberdade” – que sendo um valor absoluto, tem aplicação relativa e se divide em diferentes liberdades. Ou seja vale pelo uso responsável do que se faz dela.

Ora parece - me a mim que o que se passou a aplicar mais, foi o conceito de libertinagem e a liberdade mais usada seja a de mentir… Depois a Democracia, que como se sabe pode ter muitas definições e “nuances”. Neste âmbito gostaria que me explicassem como é que o espectro partidário existente no Parlamento (até à presença recente do “Chega”) fosse apenas do “centro” à extremíssima esquerda; e também desejaria saber como se pode incluir o PCP no âmbito dos “democráticos” – o que é desmentido pela sua ideologia, prática e referências, bastando ver os exemplos antigos e actuais onde governaram e governam - e ainda o BE que representa um coio de apaniguados dos “ismos” mais extremos (e estranhos).

Um sistema democrático que se perverte a si mesmo pois cada deputado não é livre, nem é votado directamente pelos eleitores, pois se encontra a mando do directório partidário! Um sistema eleitoral que à excepção da eleição do PR não permite candidaturas individuais.

O que se instalou, isso sim, foi uma ditadura dos Partidos e de alguns sindicatos, que por “acaso” são por norma, correias de transmissão dos Partidos; idem para o chamado Poder Local “;configurando, por outro lado, uma Plutocracia, onde o dinheiro é que manda nos votos.

A “Democracia” não é um fim em si mesmo, é apenas uma forma de organização política da sociedade. E não está acima da Pátria, da Moral, da Verdade, da Liberdade, etc..

Agitaram bem, misturaram por algum tempo e resultou uma “corruptocracia” e uma “bandalheirocracia”…. Sem Autoridade; emaranhada num dilúvio de leis, que se mudam a esmo; com uma Moral duvidosa e muito vazio de Ética!

Onde os vícios são exaltados e a Virtude é escarninho. Tudo permeável a “internacionalismos” e organizações sem rosto, que destroem a nacionalidade.

Não é necessário dar exemplos, tudo está às escâncaras na praça pública, servida por uma comunicação social sem freio, mas sempre condicionada pelos interesses financeiros ou outros, que a tutela. E que, oficialmente, nunca faz censura…

As linhas mestras do “sucesso” que temos tido estão vertidas num livrinho de capa vermelha que encerra a Constituição da República (CR).

Muito exaltada nas ditas comemorações do dia florido a cravos da cor do sangue.

CR aprovada debaixo de sequestro e nunca referendada.

Que me parece um arrazoado prolixo, com ideias mal expressas, às vezes contraditórias; eivado de ideologia malsã; com artigos anti democráticos; anti nacional; onde os deveres são esmagados pelos direitos (a não ser o de pagar impostos). Uma coisa mal - amanhada, que estabelece um sistema que não é carne nem peixe, que tenta equilíbrios instáveis, que dificultam as resultantes políticas claras, sem embargo de permitir que uma força política que perde as eleições poder passar a governar…

E que nalguns dos seus aspectos mais razoáveis, sofre de incumprimentos vários.

Que consubstancia um Regime patético e mentiroso, que exalta traidores, facínoras e pobres de espírito.

Não sei se é isto que, também, estão na disposição de comemorar.

Numa época e numa sociedade, onde o que falta em espiritualidade sobra em materialismo, convém deixar uma palavra sobre economia e finanças.

Nos fins de 1973 estavam saudáveis e recomendavam-se por sustentáveis. A vida decorria normalmente do Minho a Timor (salvo nas zonas afectadas pela guerrilha). Apesar da tal guerra… Que muitos vieram depois, dizer aleivosamente, que estava perdida e era injusta, deixando perpassar amiúde um esgar íntimo de satisfação…

A única coisa preocupante consistia num excessivo fluxo emigratório no seio da população metropolitana. E éramos livres e independentes – um valor muito superior à Democracia...

Passados 40 anos, contamos três bancarrotas, a última das quais causou uma intervenção externa humilhante; emigração e imigração em barda (agora também migração); a moeda nacional foi-se desvalorizando até acabar; as divisas foram-se, assim como dois terços do ouro acumulado em décadas; foi-se destruindo o sector primário e parte da indústria; os serviços tirando o turismo, não são concorrenciais; a banca em vez de financiar a economia é financiada pelos impostos dos contribuintes e está “proibida” de falir, e passaram-nos a apelidar de “lixo”.

Todos os índices de demografia são suicidários.

Vamos nos 130% de dívida face ao PIB, isto a acreditar nos dados divulgados.

Não há “Ronaldos” que apaguem esta realidade, embora abundem os avestruzes!

E é bom não esquecer que chegámos a este ponto vivendo maioritariamente do que não produzíamos; depois de se ter delapidado as reservas deixadas pelo Regime anterior e da catrefada de fundos estruturais europeus, que entraram no país durante 30 anos, para além do património já vendido para aliviar problemas de tesouraria. E sem já terem a desculpa de haver guerra e terem passado a desprezar a defesa nacional ao ponto de gastarem hoje, apenas cerca de 1% do PIB!

Quanto a soberania então nem se fala, simplesmente abdicaram dela e “vendem-na” ao desbarato.

Não se pode ser mais incompetente. Só para ficar por aqui. Deve ser uma incompetência democrática…

Como pode observar, Exmº Presidente da AR, tem aqui muito para comemorar no tal dia 25/4. Pode começar a limpar as mãos à parede.

Finalmente uma última razão inclina-me, desgraçadamente, para a extinção de tal feriado, a não ser para evocar uma espécie de “Dia dos Finados”. E essa é, que um regime/sistema com origem em tal data, ter permitido a um homem com uma imagem de burgesso contumaz, possa ascender a número dois da hierarquia do Estado e eu simples cidadão, com os deveres e direitos em dia, ter de o tratar por V. Exª.



Até porque V. Exª nem ao respeito se dá – nem respeita o seu alto cargo, quando em pleno parlamento afirma coisas como se estar “a c-g-r para o segredo de justiça”. E nada disso ter consequências. V. Exª revela-se assim uma nódoa da Democracia; digo uma nódoa. Apenas.

E no dia em que haja em Portugal um sistema de Justiça que não se limite ao exercício deletério do Direito; mantenha “de facto” uma independência de outros Poderes e seja capaz de se livrar das ervas daninhas que o invadem, então porventura, se saberá em todo o seu esplendor e extensão, o que se passou no escabroso “caso da Casa Pia”.

Estimo que comemore bem o dia, na companhia dos que lhe são queridos. Tome três colheres de mel para cantar o “Grândola”, às três da tarde como pediu o compincha Vasco (de melena e pá) e não se esqueça de levar papel higiénico; as suas tripas podem traí-lo.

João José Brandão Ferreira 
Oficial Piloto Aviador
24/04/2020

08 abril 2020

UM CENÁRIO DE GUERRA BIOLÓGICA



“A técnica da infâmia é inventar duas mentiras e Fazer as pessoas discutirem calorosamente sobre Sobre qual delas é verdadeira”.
Ezra Pound 

Todo o mundo está preocupado com as consequências do vírus, o que é bom, mas raros são os políticos, comentadores, ou pessoas com responsabilidades várias, até jornalistas, que aparentam tentar descortinar como surgiu exactamente o “Covid 19” e se deu a sua propagação, bem como saber ao certo se é de origem natural ou artificial. Já as redes sociais estão cheias das notícias (notícia não é informação…) e teorias as mais desencontradas e muitas delas seguramente falsas. Este é um drama que se vive há basto tempo (provavelmente sempre se viveu, só que agora é multiplicado por mil) que é o de ninguém poder acreditar em ninguém, até porque amiúde as “informações” ditas oficiais, também estão cheias de mentiras (eufemisticamente chamadas “inverdades”), meias verdades e, ou, irregularmente enquadradas no espaço e no tempo. E agora quando alguém possa dizer a verdade poucos acreditam. É terrível. E é tão terrível que ainda recentemente o próprio PR e o PM se viram na contingência de afirmar, a propósito da actual crise, que toda a gente iria falar verdade – porque seria? – para logo a seguir o PM se estender ao comprido com o “não tem faltado nada nos hospitais…”. Enfim. Ora parece a este modesto escrevinhador, que saber-se a origem do problema é muitíssimo importante, senão mesmo fundamental para se poder combater o vírus e suas consequências (e não apenas as da saúde), que desabaram sobre todos nós como uma tempestade perfeita. Por isso convinha começar a alinhavar algo em termos oficiais e credíveis e encarregar especialistas nestas matérias a fim de se perceber o que se passa – e não só para arranjarem um “antídoto” para a doença – e pôr os serviços de informação em campo (o que se espera que já tenha acontecido). É para isso que existem e se lhes paga. É que, quer se queira quer não, estamos perante um cenário nunca antes visto de guerra biológica. ***** “Lá donde o Sol vem nascendo Um dragão vejo vir vindo, A seu cabo vêm correndo 2 Mais bichos que o vêm seguindo”. (Corpo V, quadra 42, das trovas do Bandarra). De tudo aquilo que fui tendo conhecimento vou tentar listar os diferentes cenários possíveis, que tenham um mínimo de verosimilhança. Sem tomar a defesa de nenhum, apenas para reflexão. Em primeiro lugar a versão mais vulgarizada de que esta nova espécie de corona vírus, teve origem natural, num mercado da cidade chinesa de Wuhan, em meados de Dezembro de 2019 – embora se afirme que dos 41 doentes infectados, tidos por iniciais, 13 não têm qualquer relação com o dito mercado. Ou seja o vírus podia ter sido levado para o mercado e não ter tido origem lá. Convém dizer que neste mercado se vende uma enorme quantidade de animais vivos – que são mortos na altura da compra – e que vão das galinhas a espécies selvagens em vias de extinção. Prática aliás corrente, no Extremo Oriente, especialmente na China, onde as pessoas se “especializaram” em comer tudo o que mexe, e onde está enraizada a crença de que comendo ou fazendo uso de partes de determinados animais, tal reverte em benefícios para a saúde, para a virilidade, pujança física, estética, etc.. Num povo com uma civilização tão antiga parece-nos a nós “bárbaros do ocidente”, uma prática meio selvagem, quase sempre praticada debaixo de condições excruciantes para os animais e no meio de uma medonha falta de higiene. Não é de admirar que tal prática resulte numa fonte de transmissão de doenças. É, porém, um negócio de milhões – estima-se que de 2004 para 2018 o montante movimentado passasse de 100 para 140 mil milhões de Yuans (1 yuan igual a 0,13 do euro) - que está no “ADN” da população e tem sido fomentada pelo regime comunista chinês, sobretudo a partir dos anos 70 do século passado (quando houve imensos mortos por fomes), a fim de poder alimentar vastas camadas da sempre crescente população. A tese do aparecimento do novo vírus Covid, no mercado citado é apoiada por acontecimentos passados de aparecimento de outros vírus no sul da China como a gripe asiática, gripe de Hong Kong, a gripe aviária H5N1, SARS, etc., (numa outra óptica poderiam ter sido ensaios…). Quanto à hipótese desta nova espécie de corona vírus ter sido uma criação humana a hipótese eventualmente mais fiável é a de ter sido criada no Laboratório Nacional de Biossegurança, sito a cerca de 30 quilómetros da cidade de Wuhan (que tem 11 milhões de habitantes), com ou sem colaboração de outras entidades.1 1 Inaugurado em 2017 é o primeiro laboratório existente na China para atender aos padrões de biossegurança 4 (BSL-4), a mais elevada de todas. Estão referenciados no mundo 54 laboratórios deste nível. 3 Hipótese já ventilada por uma reportagem da RAI 3, em 16/11/2015 e por um artigo da revista “Nature” do mesmo ano! 2 A ser o caso, pode ainda considerar-se duas hipóteses: ter havido uma fuga acidental, sempre possível, ou, numa visão mais diabólica, mas nada impossível, ter ocorrido uma contaminação dolosa.3 O que justificaria este último cenário? Pois a “guerra” (para já) comercial com os EUA e não só, e uma aparente estratégia de domínio mundial por parte da China. De que há numerosos indícios, aliás. E, last but not the least”, existe o enorme conflito pelo domínio da tecnologia 5G – uma tecnologia relacionada com a inteligência artificial e outros domínios de ponta – fundamental para o futuro o que tem levado, inclusive, por todo o ano de 2019 a uma campanha do governo dos EUA, junto dos seus aliados (incluindo ameaças) para não adoptarem a tecnologia chinesa. E já está a levantar grandes cuidados por causa dos potenciais efeitos das suas futuras radiações. As acusações feitas à China levaram alguns responsáveis deste país a contra atacar, dizendo que o vírus foi espalhado por atletas militares americanos aquando da realização, também em Wuhan, dos 7º jogos mundiais militares, que ocorreram entre 18 e 27 de Outubro do ano passado, com a presença de 9.308 atletas (nove dos quais portugueses), de 140 países. À cerimónia de abertura compareceu o Presidente chinês Xi Jiping, tendo a China arrecadado o maior número de medalhas, 239, sendo 133 de ouro, 6 de prata e 42 de bronze. Se porventura tal venha a ter algo com a realidade, também se poderá argumentar que a contaminação possa ter sido originada lá (até por outro país qualquer) para ser disseminada por todo o mundo, aquando do regresso das delegações aos seus países; o que parece não ter pernas para andar dado o espaço temporal entretanto decorrido. Mas compliquemos ainda mais as coisas, partindo do princípio de que a alegação chinesa é correcta, teríamos que desenhar três cenários (especulativos, é bom de ver): a disseminação do vírus teria sido causada por alguém infectado por acidente noutro local qualquer; seria obra da actual administração Trump e forças que a apoiam; ou por uma entidade conhecida pelo “Deep State”, uma nebulosa que constitui (ao que se sabe) uma espécie de estado dentro do estado, que engloba políticos (transversal aos partidos), gente da alta finança e empresários, e uma quantidade considerável de organismos poderosos ou infiltradas, incluindo agências de segurança nacional, etc., que anseiam por uma espécie de governo único mundial; e não são 2 O governo americano chegou a impor uma moratória sobre os fundos federais para este tipo de investigação dada a sua perigosidade e dúvidas quanto ao seu custo/benefício. 3 Para os mais incautos, lembro o livro – que seguramente se irá transformar num “best-seller”- “Unrestricted Warfare: China’s master plan to destroy América”, dos Coronéis Qiao Liang e Wang Ximgsui, escrito em 1999. Numa entrevista para o jornal da Juventude do Partido Comunista Chinês, o Coronel Qiao, terá afirmado “a primeira regra do “Unrestricted Warfare” é que não há regras, nada é proibido”. O grande estratega Sun Tsu (544aC – 496 aC), ao pé destes parece um menino de coro… 4 apenas americanos – veja-se as recentes declarações do ex- PM Gordon Brown, ao jornal “The Guardian”, em que defendeu “um governo global para lidar com o coronavírus”. Que encontram largo respaldo em órgãos de comunicação social importantes e em parte do sistema judicial. E que, alegadamente também, encontra no tráfico de droga; venda de armamento e tráfico de menores parte da sua fonte de rendimentos. Convinha, finalmente e por exemplo, escrutinar a actuação do Sr. Bill Gates e da sua “Bill and Melinda Gates Foundation”, já que não tendo nenhuma bola de cristal (creio eu), andou a prever desde 2015 a erupção de uma pandemia exactamente como esta, tendo o ano passado financiado e patrocionado pelo menos um evento, o “Event 201”, em Nova Iorque, com o objectivo de testar a preparação de empresas e governos para uma pandemia de… corona vírus. Ainda antes o início do surto a “Netflix” lançou um documentário com o nome de “Pandemic”, justamente falando de um vírus que se vai espalhar na China… Fico por aqui. Ora a acção da fundação de Bill Gates é feita sob os maiores auspícios de pura filantropia. É possível, embora seja estranho que um homem que passou toda sua vida, a ganhar somas pornográficas de dinheiro, decida de repente passar a filantropo, sobretudo depois de deixar funções executivas na Microsoft. Mas convinha investigar e seguir o “rasto do dinheiro” (ou seja quem eventualmente vai ganhar com a desgraça alheia) nomeadamente com o negócio dos medicamentos e das vacinas. E mais convinha investigar quando se sabe que Bill Gates e a respectiva fundação (que recebe donativos e também pode servir em esquemas de fugas aos impostos, além de dar respeitabilidade) investiram largas somas na indústria farmacêutica e mostrarem especial interesse por vacinas. Sendo a cereja em cima do bolo, um especial relacionamento com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a quem tem doado generosos donativos. A talhe de foice (e martelo), diga-se em abono da verdade que o actual Presidente da OMS, Dr. Tedras Adhonom Ghebreyejus, com um longo historial de marxista-leninista no seu curriculum, é especial amigo da China (impedindo até que a Formosa faça parte da instituição) de quem recebe também elevada soma (se bem que quem pague mais sejam os EUA) e não se tem poupado a elogiar as autoridades chinesas pelo seu comportamento nesta crise. Aliás este vírus parece ter sido feito à medida para acabar com a “peste grisalha” e para quem está preocupado em reduzir o “excesso” da população mundial, pois mata particularmente os mais idosos e doentes. Uma espécie de eutanásia perfeita… Por fim sabe-se que em Julho do ano passado o “U.S. Army Medical Research Institute of Infections Disases Labs”, um dos muitos organismos/unidades, situados em Fort Detrick, Maryland (uma base militar do Exército dos EUA, construída a partir de 1931 e que foi o principal centro de pesquisas biológicas americanas entre 1943 e 1969), foi encerrado pelo Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) por falhas nos protocolos de biossegurança. Este laboratório – que estuda os mais perigosos patogénicos a nível mundial – deixou, a 27 de Março deste ano, de ter restrições ao seu funcionamento, dedicando-se agora a investigar um antidoto para o Covid 19. Entre uma situação e outra existem reportes de várias 5 ocorrências (incluindo desaparecimento de material biológico em laboratórios) uma das quais envolve uma acusação de roubo e espionagem para a China, a um professor de Boston. Em súmula não se conseguiu até à data identificar o paciente “zero” – o que nos traria importantes pistas – até porque existem casos em todo o mundo, nomeadamente os EUA, o Vietnam e o Japão, que reportaram atempadamente terem casos que em nada estariam relacionados com a China. Do mesmo modo pouco se sabe sobre as diferentes estirpes em que o vírus se vem transformando, o mais virulento de todos parece ser o que atingiu o Irão, país de que quase não se fala (aquele que tinha acabado de jurar vingança sobre os EUA e a quem a China tem aparentemente ajudado na pesquisa nuclear…). Ou seja estamos praticamente na estaca quase zero. ***** “Quando a China despertar o mundo tremerá.” Napoleão, 1816. Mas seja qual for o cenário que possa ter dado origem a esta desgraça toda, sem paralelo na História da Humanidade, até porque nos pode fazer morrer não só da doença como da cura, uma coisa se pode concluir: a China não andou bem neste âmbito. Talvez por isso um grupo de advogados americanos estará a intentar uma acção incriminatória no valor de 20 triliões de dólares, por acções dolosas. Mas as coisas estão de tal maneira dispostas que nenhum governo ou entidade responsável se atreve a fazer qualquer acusação… A China possui actualmente um regime político duplamente odioso, já que combina o pior do Comunismo com o pior do Capitalismo. Sem embargo tem um “timoneiro” forte e muito capaz (apoiado em 90 milhões de membros de um Partido único e totalitário), que mudou a “Constituição” para se tornar vitalício no cargo. E isso faz toda a diferença, atente-se nas continuadas lideranças políticas ocidentais, cada vez mais fracas e pusilânimes, fruto da degenerescência dos Partidos Políticos que os engendram, que por sua vez causam a perda das virtudes morais e éticas das populações. Ou seja não se pode acreditar em nada do que sai oficialmente da China, cujo Governo detém o controlo dos meios de comunicação e de toda a vida em sociedade, mas observar atentamente as acções e os ditos dos seus responsáveis. Para além disso os chineses sempre foram, por natureza, muito dissimulados. E pacientes. E não há réplica para a asserção de que para se entender qualquer povo, ou membros de uma religião, até de uma ideologia política, temos de nos tentar colocar dentro das suas cabeças, para pensar como eles. Senão sai tudo errado… Neste âmbito não há lavagem ao cérebro, comunista ou capitalista, que possa mudar o essencial. 6 Por isso devemos ter em conta que tudo aconteceu a fim de coincidir com o novo ano chinês, oficialmente comemorado a 25 de Janeiro (período onde ocorre a movimentação de dezenas, ou mais, de milhões de chineses, dentro e fora da China). Curiosamente este ano é o ano do “rato”, o primeiro do signo do Zodíaco chinês – lugar a que se alcandorou, segundo a lenda, de forma “ardilosa” – associado à riqueza, à indústria e à prosperidade, mas também à maldade, à mesquinhez e à baixeza. E também toda a gente sabe que o rato é tido desde a Idade Média, como o principal disseminador da peste. Desde o Século XVIII, com o “Racionalismo”, as “Luzes”, o “Positivismo”, com a idolatria da Ciência, etc., no Ocidente Cristão, foi deixando de ter em conta, conhecimentos e tradições antigas, mas isso não é assim em muitos países do mundo, nomeadamente no “mundo” muçulmano” e “Judeu”. Como na China. Mas voltemos às autoridades chinesas, que começaram por tentar ocultar o que se passava; prenderam e fizeram desaparecer, aparentemente, muitas pessoas que tentaram denunciar os eventos (o mais célebre foi o Dr. Li Wenliang); esconderam depois, a gravidade da situação; recusaram ajuda externa; só a 31 de Dezembro comunicaram o caso à OMS, mas dizendo que tinham a situação controlada, chegando ao ponto de, a 14 de Janeiro terem informado a OMS de que “seria pouco provável que o vírus fosse transmissível entre humanos” (o que esta engoliu), etc.. Só quando não puderam “esconder” mais o que se passava é que actuaram “à bruta”, a partir de 21 de Janeiro. Por isso a OMS só declarou o estado de “Emergência Global de Saúde Pública, em 30 de janeiro e o estado de “Pandemia”, em 11 de Março, quando já estavam contabilizados 118 mil casos, em 114 países e 4.291 mortos. E sempre com grandes elogios para a China… Nunca se soube ao certo a propagação do vírus pelas diferentes províncias chinesas e suas consequências, apenas se adiantou o número de 62 milhões de cidadãos em quarentena. E corre por aí que as duas mais importantes cidades, Pequim - centro do poder político e sede dos principais órgãos políticos - e Xangai - principal centro económico e financeiro - não foram praticamente afectadas pelo “Covid 19”. Tão pouco se sabe o critério para contar afectados e mortos. E, de repente, estando contabilizados cerca de 81.000 infectados e 3.300 mortos, o vírus desapareceu quase de um dia para o outro… Enfim existindo uns casos residuais, a maioria vindo (muito obviamente) de fora. E tendo começado a laborar e exportar a todo o vapor. Não sei porquê parece-me uma história mal contada… O que não está nada mal contado é que a China – sem assumir qualquer responsabilidade no assunto – passou a actuar “filantropicamente”, oferecendo ajuda internacional, sobretudo a países europeus (que há muito andam a comprar com a conivência das partes) – União Europeia, já fostes – nomeadamente a Itália, país mais afectado até à data. Muito provavelmente por causa da enorme comunidade chinesa existente no Norte, mais afectado, calculada em cerca de 200.000 almas. 7 O que se explica por, ao invés do que a maioria dos países faz que é deixarem deslocalizar as empresas para a China, neste caso foram os chineses que compraram muitas empresas, sobretudo de moda, e enviarem os seus amarelados de olhos em bico trabalhar para Itália… Para além disso estão interessados nos portos italianos (se é que já não os compraram) de Génova, Triestre, Ravenna e Palermo, por causa da “Rota da Seda”, como já tinham feito com o porto do Pireu, na Grécia e querem fazer com Sines… A proverbial indisciplina dos italianos fez o resto. Seja para não ficar atrás dos chineses, ou por outras razões, a Rússia do Czar Putin (que não dorme em serviço) e a sua aliada Cuba, logo vieram em auxílio, o que só lhes fica bem. Até já chegou material sanitário e de protecção, aos EUA! Não deixa é de ser algo humilhante para quem tinha decretado sansões económicas à Rússia (EUA e UE) por causa da Ucrânia e da Crimeia… A Geopolítica é tramada. Uma coisa é certa, com a maioria da população confinada em casa (uma coisa inaudita e nunca observada), a Economia e as Finanças vêm por aí abaixo; as bolsas já se anteciparam… As consequências sociais são inimagináveis! Fala-se de que os chineses começaram a comprar as acções depreciadas em bolsa, adquirindo muitas empresas ocidentais importantes. É necessário confirmar a sua extenção. E note-se que se os chineses o fizerem, apenas estão a seguir as regras do jogo capitalista… Mas se ainda não o fizeram irão seguramente fazê-lo e extensamente, até porque são os únicos que dispõem de quantidades enormes de dólares (há quem estime em mais de um trilião) da dívida americana. Para além disso andaram, sobretudo durante a crise financeira entre 2008 e 2012, a acumular a maior quantidade de ouro a que puderam deitar mão, com o que já ameaçaram fazer do yuan, uma moeda de referência respaldada por esse metal o que iria, naturalmente, destronar o dólar e o euro. Tudo isto sem contar que, com a ruína das principais economias mundiais, quase sem capacidade industrial (a ganância do lucro fizeram-nas enviar as empresas para a China, onde há salários de miséria, ou para mãos chinesas, para já não falar nos “vistos Gold”), terão que comprar à China o que lhes falta e só venderão para lá, o que ela quiser… Vejam, por ex. como os EUA estão hoje esmagados pela dependência chinesa em medicamentos… Um autêntico suicídio, que começou quando se deixou entrar a China para a Organização Mundial do Comércio, em 2001, ao ponto de em 15/1/17 Xi Jiping, inaugurou o fórum económico em Davos! Hoje estamos (de joelhos) nas mãos deles e sem capacidade para ripostar… E com o petróleo ao preço da chuva (e veremos o que vai acontecer aos preços das restantes matérias primas) a China poderá comprar um “stock” enorme deste produto e melhorar ainda 8 mais a sua balança comercial. E note-se que segundo dados vindos a público, o petróleo fabricado na América a partir do xisto betuminoso, só é rentável a partir de 30 dólares o barril… Por aqui se pode perceber melhor as hesitações do Presidente do Brasil, do PM Inglês e, sobretudo, de Mr. Trump, em alinharem na quarentena (os suecos ainda não aderiram, mas como têm um governo de esquerda muito “prá frentex”, a maioria dos “media” coíbe-se de os zurzir). Mas não tinham hipóteses perante o caos na saúde dos seus concidadãos. Bolsonaro que ainda não arrepiou caminho vai entrar pelo cano, e o que se passa no seu governo consegue ultrapassar a indisciplina italiana… O Presidente americano fez no entanto uma jogada extraordinária (e arriscada), que poderá resultar (caso sobreviva) no maior “anti golpe de estado” do último século: de certa forma nacionalizou o FED (que é uma organização privada), ou seja pô-lo a trabalhar para o Tesouro Americano (equivalente ao ministério das finanças). O que poderá acontecer ao valor da moeda americana, no futuro (e à sua confiança) nem o sapateiro Bandarra conseguirá adivinhar… Convinha desde já fazer passar uma lei em Portugal que não permitisse vender nenhuma empresa importante, ou património, a qualquer organização estrangeira (enfim deixando, para já de fora os países da UE) sem o aval expresso do Governo Português, para além de se ter que impor pautas aduaneiras para os produtos chineses. Eu espero que ainda tenhamos um governo que saiba ser português… E a nível mundial vai ser necessário colocar a China de quarentena… Tudo o que se está a passar agora parece estar perfeitamente em linha com as conclusões do último Congresso do Partido Comunista Chinês, o 19º, que decorreu entre 18 e 24 de Outubro de 2017 (reúne de cinco em cinco anos). Entre muitas outras, praticamente inspiradas na estratégia proposta pelo presidente Xi, aponta para uma liderança global, integração dos mercados globais, domínio dos mares no sul da China, ao mesmo tempo que insistem na necessidade de desenvolvimento e no combate às alterações climáticas (deve ser por eles serem um dos maiores poluidores mundiais) e tornar o sistema chinês uma opção para outros países... O sonho chinês: “grande rejuvenescimento da nação”; “tornar a China uma potência mais actuante e responsável no cenário internacional”; “política externa mais assertiva, disposta a defender proactivamente os seus interesses seja em disputas territoriais ou no campo económico”. Apetece dizer que se foi para isto que a China despertou do seu sono mais valia ficar a dormir. Pois como dizia Napoleão, o mundo já está a tremer… Convinha mandar apresentar o Afonso de Albuquerque e o D. Francisco de Almeida. Ponham-se bons depressa mas pensem duas vezes antes de tomar qualquer vacina. 9

João José Brandão Ferreira
Oficial Piloto Aviador
6/4/20