17 novembro 2022

Kiev queria arrastar NATO para conflito com incidente na Polónia, afirmam analistas russos



Vadimir Skatchko, jornalista e historiador ucraniano, convidado do programa televisivo do Primeiro Canal "Grande Jogo", consagrado à análise dos acontecimentos do dia, aventou que o míssil que atingiu solo polaco seria de um modelo ultrapassado dos tempos da União Soviética

16 NOVEMBRO 2022 21:13

A Ucrânia terá premeditado o disparo do míssil que atingiu a Polónia na terça-feira, para arrastar a NATO para o conflito, disseram esta quarta-feira vários analistas e comentadores russos.

Vladimir Skatchko, jornalista e historiador ucraniano, convidado do programa televisivo do Primeiro Canal "Grande Jogo", consagrado à análise dos acontecimentos do dia, aventou que o míssil que atingiu solo polaco seria de um modelo ultrapassado dos tempos da União Soviética.

"As forças ucranianas continuam a utilizar armamento soviético tecnicamente ultrapassado. Os mísseis mais modernos destroem-se no ar quando vão falhar o alvo, o que não aconteceu com este, que se abateu numa zona agrícola e explodiu", disse Skatchko.

Ainda segundo Skatchko, "tratou-se de uma provocação da Ucrânia, com o fim de intensificar ainda mais o conflito e assim continuar a receber do Ocidente ajuda em armas e dinheiro, sem os quais o regime [do Presidente ucraniano, Volodymyr] Zelensky não sobreviverá".

No mesmo programa, Vitali Kisseliov, perito militar, coronel da autoproclamada República Popular de Lugansk, afirmou "tratar-se claramente de uma provocação previamente organizada", sugerindo que as duas vítimas mortais resultaram de um erro de planeamento.

O míssil que se abateu sobre solo polaco fez recear um envolvimento da NATO no conflito, pelo facto de a Polónia estar abrangida pelo compromisso de defesa coletivo da Aliança atlântica.

A Rússia negou ter disparado o míssil sobre uma povoação polaca perto da fronteira com a Ucrânia, que na terça-feira provocou dois mortos numa localidade perto da fronteira com a Ucrânia, enquanto Varsóvia admitiu ser "altamente provável" que se tratasse de um projétil antiaéreo ucraniano.

Ainda esta tarde, a Casa Banca considerou que "nada contradiz" a tese pela qual o míssil que caiu na Polónia era proveniente da defesa ucraniana, apesar de atribuir as "últimas responsabilidades" à Rússia devido à invasão da Ucrânia.

Contudo, o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky reafirmou hoje que o míssil era russo.

Também hoje, e numa alusão à intenção ucraniana de aderir à Aliança Atlântica, o conhecido comentador Vladimir Soloviov, ironizou ao abrir o seu programa diário: "Até que enfim a Ucrânia entrou na NATO, ainda que só com um míssil e em território polaco".

Mais adiante, Soloviov disse ter "pena dos dois polacos que perderam a vida", e, invocando a 2ª Guerra Mundial, lembrou que "muitos outros polacos morreram às mãos do regime nazi".

Olga Skabeeva, popular apresentadora do programa "60 Minutos", que passa quotidianamente no canal "Rússia 1", sublinhou que, "enquanto vozes da razão de alguns países dizem que nada se deve afirmar antes de uma investigação pormenorizada, Zelensky investigou tudo numa noite e concluiu que o míssil foi disparado por forças russas".

Segundo a apresentadora, os "fragmentos deixados pela explosão no local indicam tratar-se de um míssil ucraniano C-300".

O objectivo do presidente ucraniano, referiu, seria "arrastar a Rússia para um confronto militar directo com a NATO", mas nem "Washington, nem Bruxelas quiseram desencadear uma guerra mundial por causa de um tractor, duas vítimas e um depósito de cereais de uma aldeia polaca".

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.557 civis mortos e 10.074 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

PUBLICAÇÃO: Semanãrio Expresso 16 NOVEMBRO 2022



Míssil que matou 2 pessoas na Polônia pode ter sido disparado pela Ucrânia



Três oficiais dos EUA disseram que projétil seria de forças ucranianas que reagiram a ataques russos.




16/11/2022 05h28 Polónia e NATO dizem que não foi um ataque intencional e afastam risco de confronto entre a Aliança Atlântica e a Rússia.
Contrariando Ocidente, presidente da Ucrania insiste que míssil russo que atingiu Polónia, disse com a leviandade habitual : "Não tenho dúvidas de que este míssil não era nosso"


«Moscovo acusa Kiev de querer arrastar NATO para conflito


Assim como no Ocidente a Rússia é considerada a culpada deste incidente, do lado russo a visão é diferente. Segundo vários analistas e comentadores russos, a Ucrânia terá premeditado o lançamento do míssil que atingiu a Polónia, com o objetivo de arrastar a NATO para o conflito.

Vladimir Skatchko, jornalista e historiador ucraniano, convidado do programa televisivo do Primeiro Canal “Grande Jogo”, consagrado à análise dos acontecimentos do dia, aventou que o míssil que atingiu solo polaco seria de um modelo ultrapassado dos tempos da União Soviética.

“As forças ucranianas continuam a utilizar armamento soviético tecnicamente ultrapassado. Os mísseis mais modernos destroem-se no ar quando vão falhar o alvo, o que não aconteceu com este, que se abateu numa zona agrícola e explodiu”, disse Skatchko.

Ainda segundo Skatchko, “tratou-se de uma provocação da Ucrânia, com o fim de intensificar ainda mais o conflito e assim continuar a receber do Ocidente ajuda em armas e dinheiro, sem os quais o regime [do Presidente ucraniano, Volodymyr] Zelensky não sobreviverá”.

No mesmo programa, Vitali Kisseliov, perito militar, coronel da autoproclamada República Popular de Lugansk, afirmou “tratar-se claramente de uma provocação previamente organizada”, sugerindo que as duas vítimas mortais resultaram de um erro de planeamento.

Também Olga Skabeeva, popular apresentadora do programa “60 Minutos”, que passa quotidianamente no canal “Rússia 1”, sublinhou que, “enquanto vozes da razão de alguns países dizem que nada se deve afirmar antes de uma investigação pormenorizada, Zelensky investigou tudo numa noite e concluiu que o míssil foi disparado por forças russas”. Segundo a apresentadora, os “fragmentos deixados pela explosão no local indicam tratar-se de um míssil ucraniano C-300”.

O objectivo do presidente ucraniano, referiu, seria “arrastar a Rússia para um confronto militar directo com a NATO”, mas nem “Washington, nem Bruxelas quiseram desencadear uma guerra mundial por causa de um tractor, duas vítimas e um depósito de cereais de uma aldeia polaca”.

Já os EUA reafirmam que o incidente é culpa da Rússia. A embaixadora norte-americana junto da ONU, Linda Thomas-Greenfield, disse na quarta-feira que a "tragédia" na Polónia "nunca teria acontecido" sem os bombardeamentos russos contra infraestruturas civis ucranianas.

Numa reunião do Conselho de Segurança sobre a situação na Ucrânia, a diplomatanorte-americana começou por destacar "a trágica explosão que matou duas pessoas na Polónia", perto da fronteira ucraniana, oferecendo apoio e assistência à investigação, "para determinar exatamente o que aconteceu".

"Temos total confiança na investigação do Governo polaco e apreciamos a resposta calma, cuidadosa e comedida"


«TEXTO PUBLICADO POR: RTP noticias 17 Nov 2022»

03 novembro 2022

A Ucrânia proíbe o último partido político da Oposição

(In Rede Voltaire, 01/11/2022)



(Como é que a Europa continua a dizer que defender a Ucrânia é defender os “valores ocidentais” causa-me arrepios mentais cognitivos. A não ser que da nossa cartilha de valores conste a ilegalização e a perseguição de partidos políticos, o que me parece ser, no mínimo, absurdo.)

O Tribunal de Apelo da Ucrânia acabou de proibir os 12 Partidos políticos da Oposição. O último era o Partido Socialista da Ucrânia.

É criticado a estas formações terem agido com respeito pelos Acordos de Minsk (2015), reconhecidos pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas (Resolução 2202).

Em Março, o Conselho de Segurança ucraniano tinha decidido proibir estas formações. Uma lei foi aprovada pela Rada (Parlamento-ndT), em 3 de Maio, depois assinada pelo Presidente Zelensky, em 14 de maio. Como a Federação Russa decidiu intervir para proteger as vítimas das violações dos Acordos de Minsk, qualquer referência a estes Acordos é considerada como uma «alta traição».

Apenas o “oblast” da Transcarpatia (próximo da Hungria) se recusa a demitir os eleitos locais com origem nos partidos políticos proibidos.

Segundo a OTAN, a Ucrânia é uma « grande democracia » (sic).

 IN ESTÁTUA DE SAL