23 fevereiro 2020

EUTANÁSIA O CRIME APROVADO NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

Eutanásia socialista à la carte: leve, ligeira mas letal - Teresa de Melo Ribeiro
Por isso, quando leio ou oiço alguém dizer que os referidos projectos de lei são muito rigorosos e que só em casos realmente excepcionais ou especiais é que será possível “antecipar” a morte de alguém a seu pedido, só me apetece dizer (não gritar) como a Joacine: É MENTIRA!


Dez razões para dizer "A eutanásia é inconstitucional” - Henrique Raposo
A eutanásia, tal como a eugenia de bebés com trissomia 21, consagra a ideia terrível de que há seres humanos inúteis e que são um fardo para os outros. Se isto não é inconstitucional, não sei para que serve uma constituição. É uma constituição só para os saudáveis e instagramáveis?


Despenalização da eutanásia – Breve nota da Conferência Episcopal Portuguesa 21. 02. 2020


D. Manuel Clemente: “Luta” em defesa da vida "continua" após aprovação da eutanásia
Cardeal Patriarca defende "um outro cuidado à vida na sua plenitude", para "não deixar ninguém sozinho com o seu sofrimento, físico ou psíquico".


Hoje não é o fim, hoje é o princípio deste processo legislativo. E nós vamos continuar a lutar A. Pinheiro Torres e ZM Seabra Duque
O que hoje se passou (a aprovação na generalidade e baixa à especialidade dos cinco projectos de eutanásia) é apenas o início do processo legislativo e corresponde exactamente àquilo que já sabíamos há muito e nos levou a propor a iniciativa do referendo. Como disse hoje o Zé Maria Seabra Duque na nossa extraordinária manifestação em Lisboa: “Hoje não é o fim, hoje é o princípio deste processo legislativo. E nós vamos continuar a lutar. Vamos continuar a recolher assinaturas em casa, no trabalho, na rua, na Universidade, na nossa comunidade, e sim, também à porta das Igrejas (...) Depois havemos de cá voltar, com dezenas e dezenas de milhares de assinaturas! E aí veremos. Veremos se tem a coragem de silenciar o povo.”
Quanto muito o que hoje se passou só nos leva a elevar a fasquia do numero de assinaturas que queremos angariar (temos de ter bem mais do que 60 mil) e por isso vos convidamos a todos a fazê-lo como se não houvesse amanhã…e a fazê-lo (nesta primeira fase) até Domingo, 1 de Março (incluído) de forma a nos dias 2 e 3 fazer chegar todas as assinaturas recolhidas à sede da Federação Portuguesa pela Vida (tem que nos chegar as folhas originais por correio ou entregues em mão [não servem digitalizações]) para que iniciemos as primeiras contagens físicas a partir de 4 de Março.

Nesta campanha não estamos (mesmo!) nem um bocadinho afectados pelo resultado de hoje e apenas mais entusiasmados e decididos a levar isto por diante, de forma a conseguirmos um referendo e a suspensão deste processo legislativo. Que bonita é a nossa vida e que graça é podermos bater-nos!

E, nunca se esqueçam, “só perde quem desiste de lutar”!
Por isso: mãos à obra! O impresso para recolher assinaturas está no site da Federação e a subscrição online prossegueaqui. Atenção que quem assinou online não pode/deve assinar no papel, e vice-versa.

17 fevereiro 2020

La verdad del corona virus



NOVA ORDEM MUNDIAL/ONU uma guerra geopolítica declarada para imporem um governo no planeta.

Na vertente saúde o batalhão OMS ataca com o CORONAVIRUS tendo objectivo de destruir a China, exterminando vidas humanas com epidemias planeadas e programadas para revoltarem e usarem populações.

Também na vertente Ambiental usam falsos argumentos de ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS provocadas pela humanidade entre outros objectivos imediatos um ataque ao Brasil afim de iniciarem domínio da Amazónia, usam incendiários das ONG´s, fanáticos pseudo esquerdistas, que destroem hectares de florestas em todo o mundo.

Fomentam a MIGRAÇÃO para o Ocidente de populações com outras etnias, culturas e tradições próprias que conduzem a conflitos sociais racistas e xenófobos.

Os frágeis governos nacionais da Europa endividados porque dependentes de dinheiro do Banco Mundial e Banco Central Europeu são obedientes tentáculos corruptos ávidos de sugar mais dinheiro aos seus Povos para alimentar o POLVO internacional.

Para os «donos» disto tudo o Ser Humano é uma coisa descartável, o avanço é feito por pequenos passos como ensinou Jean Monnet, porque“os meios justificam os fins".

Dizem eles que isto é teoria da conspiração e é verdade... 
É uma conspiração contra "ELES".

jcr

16 fevereiro 2020

EM PORTUGAL ALGUÉM TEM PERFIL PARA MANDATOS ILIMITADOS REALMENTE INDEPENDENTES?

«olha para o que eu digo, mas não olhes para o que eu faço»

Pretendentes ou Candidatos à Chefia de Estado, além de honestos, cultos e com formação académica cientifica de nível superior (não empírica), devem respeitar as leis do país, saberem ser organizados, fieis às estruturas hierárquicas, não tomarem partido de nada nem de ninguém sem conhecer bem os assuntos e todas as versões.
Se a república limita mandatos por"ter medo das próprias instituições"também a maioria do Povo português não quer a restauração da monarquia, porque não reconhece esse regime como credível por ambíguo, recheado de "elites tituladas" com méritos duvidosos. Monarquia uma esperança perdida em 40 anos por incompetente liderança.

Jornal Correio do Minho

11 fevereiro 2020

QUESTÃO DE SUCESSÃO DINÁSTICA PORTUGUESA

"




Apesar de Portugal viver há cerca de um século em República, não é a republica que decide quem é o Chefe da Casa Real mesmo por indicação de uns quantos «titulados» instalados no sistema.


Existem vários pretendentes ao trono português sem que exista um consenso quanto à sua posição na linha de sucessão hereditária ao trono de Portugal, esta situação é uma das principais dificuldades de liderança competente para reunir todas as sensibilidades para que possa haver alteração do regime, que teria de ser suportado por moderna legislação Constitucional para Portugal. Democraticamente esta mudança só poderá acontecer por via de um referendo popular. 

A restauração da monarquia uma miragem alimentada durante os últimos 40 anos a iludir monárquicos, serviu um pretendente muito viajado no território nacional e no estrangeiro como estratégia para obtenção pessoal de mordomias na republica;  autorizou uma petição para ter lugar de destaque no protocolo do Estado republicano, concordou apresentar-se como Rei para a república e apoiou o argumento que a constituição republicana não necessitava ser alterada para mudar o regime.

Os monárquicos «REALISTAS» são os partidários de um monarca ou de uma casa real específicos, actualmente as pretensões mais activas são a de Duarte Pio, como descendente do ex-infante D. Miguel I; a de Rosário Poidimani, como herdeiro por cooptação de D. Maria Pia de Bragança; e a do actual Duque de Loulé por sucessão de sua avó D. Ana de Jesus Maria e seu primo El-Rei o Senhor Dom Manuel II, último Rei de Portugal.

Os monárquicos «NÃO REALISTAS» são partidários da MONARQUIA ELECTIVA cujo chefe de Estado ou monarca é eleito por votação e aclamado em Assembleia Nacional representativa do Povo e tem cargo vitalício.

No início do século XX, os primeiros monarcas das várias nações recém-independentes foram eleitos por parlamentos: a Noruega é o exemplo principal.

Outras nações sem uma família real bem definida hereditariamente, preferiram escolher seus próprios monarcas dentre as já estabelecidas famílias reais da Europa ao invés de eleger um membro da classe dominante local, na esperança de que eventualmente emergisse uma monarquia hereditária desse processo.

04 fevereiro 2020

A TRAIÇÃO REAL _ IMPLANTAÇÃO DO LIBERALISMO EM PORTUGAL



Antecedentes e conjuntura (1807-1820)

Nos inícios do século XIX, Portugal era um país típico do Antigo Regime; Governado pelo príncipe D. João (futuro D. João VI), a agricultura era a principal actividade económica e a sociedade continuava com os antigos privilégios da nobreza e clero; A Inquisição, a Real Mesa Censória e a Intendência-Geral da Polícia continuavam a sua ação repressiva sobre todos aqueles que pretendiam alguma mudança.

Nos centros urbanos, uma burguesia comercial, ligada ao comércio ao comércio com o Brasil e alguns intelectuais esperavam uma mudança; Os ideais da Revolução Francesa (Liberdade, Igualdade e Fraternidade), pouco a pouco, espalhavam-se, sobretudo entre a burguesia; Surgem lojas maçónicas; A maçonaria é uma sociedade secreta, cujos membros cultivam os princípios da liberdade, igualdade, fraternidade e aperfeiçoamento intelectual, sendo assim uma associação iniciática e filosófica. Os maçons estruturam-se e reúnem-se em células autónomas, designadas por Lojas, todas iguais em direitos e honras e independentes entre si.

No início do século XIX, as Invasões Francesas vão proporcionar grandes transformações em Portugal:

As invasões francesas e a dominação inglesa em Portugal

Em 1806, Napoleão Bonaparte decreta o Bloqueio Continental (impedimento dos países europeus comerciarem com a Inglaterra; Portugal, após hesitar, não aceitou o bloqueio; Entre 1807 a 1811, a França invadiu, por três vezes, Portugal, comandadas sucessivamente pelo general Junot, marechal Soult e pelo marechal Massena. A família real portuguesa refugiou-se no Brasil, e a colónia passou a ser sede de governo.

Invasões francesas:

1ª - Liderada pelo general Junot, 1807-1808, chega até Lisboa;

2ª - Liderada pelo marechal Soult, 1809, chega até ao Porto;

3ª - Liderada pelo marechal Massena, 1810-1811, chega até às linhas de Torres Vedras;

As invasões devastaram o país, e a fuga da família real para o Brasil implicou o domínio político e económico que a Inglaterra passou a exercer no nosso país;

As invasões destruíram o país, sobretudo a região Norte, afectada pela violência dos combates mas também pela excessiva crueldade do exército francês: As actividades económicas (agricultura, comércio e indústria) foram profundamente afectadas;



Os mosteiros, palácios e igrejas foram saqueados; D. João VI, prolongou até 1821, a sua permanência no Brasil; Em 1815, o Brasil é proclamado reino;

O marechal Beresford (inglês), incumbido de reorganizar o exército, tornou-se o comandante do exército português, os mais altos cargos militares foram ocupados por ingleses; Beresford exerceu um rigoroso controlo sobre o Estado e a economia; Reactivou a Inquisição e encheu as prisões de suspeitos de serem jacobinos; Em 1817, o general Gomes Freire de Andrade, e mais 11 oficiais do exército português foram executados, por serem suspeitos de envolvidos numa conspiração.

A situação económica e financeira do país tornava-se deplorável. As despesas ultrapassavam as receitas, a economia definhava; Em 1808, os portos do Brasil, são abertos ao comércio internacional, (fim do monopólio colonial).

A perda do exclusivo comercial com o Brasil foi dramática para a economia portuguesa, a burguesia sofreu prejuízos avultados; Em 1810, é assinado um tratado com a Grã-Bretanha, é uma espécie de reedição do Tratado de Methuen, as mercadorias britânicas tinham grandes facilidades para serem comercializadas em Portugal;

A rebelião em marcha


A burguesia começa a agitar-se. No Porto, em 1817, Manuel Fernandes Tomás, funda uma associação secreta, o Sinédrio, que defendia os princípios do Liberalismo.

A maior parte dos seus membros pertencia à Maçonaria; Em Janeiro de 1820, em Espanha, uma revolução liberal , restaurou a Constituição de 1812 (liberal) que deixara de vigorar por causa da reacção absolutista de 1814.

A Espanha tornou-se um centro de agitação e de propaganda política liberal.

Em Março de 1820, Beresford, embarcou para o Brasil, para solicitar ao rei dinheiro para o pagamento de despesas militares e mais poderes para reprimir a agitação que grassava em Portugal; Os membros do Sinédrio aproveitaram a ausência de Beresford, e a revolução liberal desencadeou-se a 24 de Agosto de 1820;

Consequências das invasões francesas:

A família real fugiu para o Brasil;

Na ausência do rei os ingleses dominam o governo português. Perseguição aos suspeitos de jacobinismo;

As invasões francesas contribuíram para a divulgação das ideias liberais; - As invasões são responsáveis pela destruição e desorganização da produção económica;

A abertura dos portos brasileiros ao comércio internacional;

Tratado de comércio com a Inglaterra que abria o mercado nacional aos têxteis ingleses;

A burguesia foi muito afectada economicamente;

A Revolução de 1820 e as dificuldades de implantação da ordem liberal (1820-1834)

No dia 24 de Agosto de 1820, no Porto, deu-se um levantamento militar com o apoio da burguesia comercial e até de alguns proprietários rurais de origem aristocrática. Militares, burguesia comercial e proprietários rurais estavam unidos contra a dominação inglesa porque todos se sentiam prejudicados. Os revoltosos constituíram uma “Junta Provisional do Supremo Governo do Reino”; Manuel Fernandes Tomás redigiu o “Manifesto aos Portugueses” para dar a conhecer os objectivos do movimento.

Objectivos do movimento de 1820:

Respeito pela monarquia e pelo catolicismo;

Apelam à aliança com o rei;

Pretendiam convocar novas Cortes para redigirem uma Constituição para Portugal;

Defesa dos direitos dos portugueses;
A implementação de um governo justo e eficaz.

A revolução encontrou por todo o país uma forte adesão. Em 15 de Setembro, em Lisboa, um grupo de oficiais do exército, expulsaram os regentes e constituíram um governo interino. A 28 de Setembro, os governo do Porto e Lisboa fundiram-se numa nova “Junta Provisional do Supremo Governo do Reino”; Freire de Andrade, presidente; Manuel Fernandes Tomás, encarregado dos negócios do Reino e da Fazenda; O governo exerceu funções durante 4 meses, e organizou eleições para as Cortes Constituintes que iniciaram os seus trabalhos em 24 de Janeiro de 1821; A revolução tinha triunfado sem violência;

A Constituição de 1822

As Cortes Gerais Extraordinárias e Constituintes da Nação Portuguesa, redigiram a primeira Constituição de Portugal, assinada no dia 23 de Setembro de 1822, e jurada pelo rei, D. João VI, a 1 de Outubro de 1822;

Constituição de 1822 A Constituição de 1822 é baseada na Constituição Espanhola de 1812 nas francesas de 1791, 1793 e 1795.

Reconhece os direitos individuais;

Garante a liberdade, a segurança, a propriedade privada e a igualdade perante a lei;

Afirma a soberania da nação;

O direito de voto é concedido a todos os homens, maiores de 25 anos que soubessem ler e escrever;

Introduz a independência dos poderes do estado: legislativo, judicial e executivo;

Os deputados são eleitos em sufrágio directo;

Não reconhece privilégios à nobreza e ao clero;

O poder real é submetido à supremacia das Cortes;

Foi uma Constituição progressista, fruto da determinação dos deputados mais radicais, cuja a ação se projectou no chamado vintismo; Nas Cortes Constituintes defrontaram-se duas facções, a do vintismo, mais radical e democrática e a dos moderados, que pretendiam uma constituição mais moderada; As questões mais polémicas desenrolaram-se em torno da questão religiosa, da estrutura das câmaras e da natureza do veto régio;
Precariedade da legislação vintista de carácter sócio-económico

As Cortes legislaram em muitos domínios no sentido de erradicarem as estruturas do Antigo Regime: Estabelece uma Monarquia Constitucional; Extinção da Inquisição e da censura prévia; Separação dos três poderes políticos do Estado. Poderes do rei limitados pela Constituição (o rei tem o poder executivo). Garante aos portugueses a liberdade, segurança e propriedade. Sufrágio não universal (homens, mais de 25 anos e que sejam alfabetizados);

É realizada a reforma dos forais (Lei dos Forais) que procuraram libertar os camponeses dos pagamentos a que eram obrigados; Esta reforma não atingiu totalmente os seus objectivos, pois as terras que não estavam regulamentadas por forais mantiveram as prestações antigas, criaram uma situação de desigualdade que fomentou a instabilidade social e muitas rendas pagas até então em géneros foram convertidas em pagamento em dinheiro;

A ação do vintismo foi contraditória:

Adoptou medidas claramente liberais. Mas numas Cortes constituídas maioritariamente por burgueses proprietários rurais, protegeu os seus interesses, mantendo privilégios para a Companhia da Agricultura das Vinhas do Alto douro e proibiu a importação de cereais, azeite, vinho, porcos e de licores; Provocou o descontentamento das classes populares que pretendiam uma reforma sócio-económica mais profunda que eliminasse completamente as estruturas do Antigo Regime; O vintismo contou com a oposição das classes privilegiadas que não queriam perder os seus direitos, e eram apoiados pela rainha, D. Carlota Joaquina, e pelo filho D. Miguel;

(A TRAIÇÃO REAL)
Desagregação do Império Atlântico:
 


A Independência do Brasil

D. João VI, e a Corte, residiram no Brasil entre 1807 a 1821; O Brasil foi transformado em sede da monarquia portuguesa e elevado a reino em 1815; A colónia conheceu um grande progresso económico, político e cultural; Os seus portos foram abertos aos navios estrangeiros; Foi revogada a lei que proibia a existência de indústrias; Foi criado um banco, tribunais, instituições de ensino e culturais; No início do século XIX, o Brasil conta com quase um milhão de habitantes;

A actuação das Cortes

Constituintes A Revolução liberal de 1820 levou o monarca português, D. João VI, a regressar a Portugal a 3 de julho de 1821; Antes de partir, disse ao seu filho primogénito que ficou no Brasil como regente: Se o Brasil se separar (de Portugal), antes seja para ti que me hás de respeitar, do que para algum desses aventureiros”; O Brasil declarou a independência no dia 7 de setembro de 1822;

Uma das causas da declaração de independência do Brasil foi a política antibrasileira das Cortes Constituintes portuguesas; A maioria dos deputados (que dependia do comércio colonial) queria restituir o Brasil à condição de colónia e pretendiam rejeitar o estatuto de “Reino Unido”, que usufruía com a presença de D. João VI; As Cortes legislaram no sentido de tornar o Brasil dependente de Portugal em matérias judiciais e administrativas. Foi retirada a liberdade comércio (retornava o monopólio comercial português sobre a sua colónia); O príncipe regente foi chamado a Portugal, sobre o pretexto de terminar a sua educação na Europa;

A independência foi proclamada por D. Pedro, nas margens do rio Ipiranga, São Paulo, 7 de setembro de 1822; A independência do Brasil só foi reconhecida por Portugal em 1825; A independência do Brasil foi um grande fracasso para a politica vintista, colocou em causa os interesses económicos da burguesia portuguesa e comprometeu a recuperação económica do Brasil; Cresceu o descontentamento da oposição; Entre 1823 e 1824, o vintismo entra em declínio e desaparece em 1826;

A Resistência ao Liberalismo

A Revolução de 1820 desenrola-se no seio de uma conjuntura externa desfavorável; Em 1825, constitui-se a Santa Aliança, entre a Rússia, Áustria e Prússia, com a entrada da Inglaterra, surge a Quádrupla Aliança, mais tarde a França também adere; Destinava-se a manter a ordem política estabelecida na Europa após o Congresso de Viena, ou seja, tentar impedir o desenvolvimento das ideias liberais na Europa; O desenvolvimento em Portugal dos ideais vintistas levou a várias tentativas de estabelecer um bloqueio comercial e no apoio fornecido à oposição absolutista portuguesa;

A contra revolução absolutista conspira contra o liberalismo, são apoiados pelas fações mais conservadoras do clero e da nobreza (que viram alguns dos seus privilégios abolidos) e contam com a liderança da rainha, D. Carlota Joaquina e o infante D. Miguel; Em 1823, animados pela restauração do absolutismo em Espanha, estala uma revolta em Vila Franca de Xira (Vilafrancada); A revolta é liderada por D. Miguel; A tentativa de insurreição termina quando D. João VI toma o comando da situação e obriga o filho a ceder; D. João VI, remodela o governo, afasta os elementos mais radicais e propõe-se alterar a Constituição;

Apesar dos esforços de D. João VI para moderar o governo liberal, surge uma nova tentativa de impor o absolutismo em Portugal; No dia 30 de abril de 1824 (Abrilada), os opositores absolutistas prendem os membros do governo, e pretendem que o rei abdique em favor da rainha; D. João VI conseguiu dominar a situação, e D. Miguel foi obrigado a partir para o estrangeiro (exilado);


A Carta Constitucional e a tentativa de apaziguamento político social D. João VI morre em Março de 1826; Reactivam-se as tensões político-sociais; O filho mais velho, D. Pedro, era imperador do Brasil; O filho mais novo, exilado na Áustria, era adepto do Absolutismo; O país é governado por um Conselho de Regência provisório presidido pela filha do monarca falecido, D. Isabel Maria; Este Conselho enviou ao Brasil uma delegação para resolver o problema da sucessão;

D. Pedro foi considerado o legítimo herdeiro da Coroa Portuguesa; Em Abril confirmou a regência da sua irmã, D. Isabel Maria; No final do mês outorgou um novo documento constitucional, mais conservador e moderado que a Constituição de 1822, a Carta Constitucional; Este documento foi outorgado e não aprovado pelo representantes do povo (parlamento);

A Carta Constitucional introduz inovações antidemocráticas: As Cortes são constituídas por duas câmaras: A Câmara dos Deputados é eleita através de sufrágio indirecto, homens, com mais de 100$00 réis de renda anual líquida; A Câmara dos Pares (Nobreza e Clero) eram nomeados pelo rei a título vitalício; Ao rei era atribuído um quarto poder, o poder moderador; O rei nomeava os Pares, convocava as Cortes, podia dissolver a Câmara dos deputados, podia nomear e demitir o Governo, suspender os magistrados, conceder amnistias e vetar, a título definitivo, as decisões das Cortes; Os direitos individuais eram relegados para o fim do documento;

D. Pedro abdicou dos seus direitos ao trono em favor da sua filha mais velha, D. Maria (7 anos de idade); Ela deveria celebrar os esponsais com o seu tio D. Miguel, que deveria jurar cumprir a Carta Constitucional e assumir a regência imediata de Portugal; Apesar dos poderes do rei serem manifestamente ampliados isso não foi suficiente para os adeptos do absolutismo;

A guerra Civil

D. Miguel regressou a Portugal em 1828; Convocou umas cortes ao modo do Antigo Regime (ordens) e nelas foi proclamado rei; Inicia uma perseguição e repressão sobre os simpatizantes do liberalismo; Muitos fogem para o estrangeiro e começam a organizar a resistência; Em 1831, D. Pedro abdica do trono brasileiro, e assume a liderança dos liberais; Estes organizam-se na ilha Terceira (Açores) que entretanto se tinha revoltado contra o absolutismo;

Na ilha Terceira constituem um exército de 7500 homens que em 1832, desembarca no Mindelo (Matosinhos); Dirigem-se para o Porto que praticamente não ofereceu resistência; No entanto aí foram cercados pelo exército absolutista; A guerra durou 2 anos; Os liberais organizaram uma expedição ao Algarve, e a partir daí conseguiram conquistar Lisboa; Após ser derrotado em duas batalhas (Almoster e Asseiceira), D. Miguel, assina a Convenção de Évora-Monte e parte definitivamente para o exílio;

O novo ordenamento político e socioeconómico (1832/34-1851)

A ação reformadora da regência de D. Pedro O ministro de D. Pedro, José Mouzinho da Silveira, ministro da Fazenda e da Justiça (1832/1833), realizou um enorme trabalho legislativo (publicação de leis) que tinham como objectivo criar em Portugal um Estado Liberal;

Legislação de Mouzinho da Silveira:


Agricultura: Aboliu a dízima, morgadios e forais (liberta os camponeses das dependências tradicionais);

Comércio: Acabou com as alfândegas internas e reduziu os impostos das exportações;

Indústria: Acabou com os monopólios;

Territórios: Criou o Registo Civil, dividiu o território em províncias, comarcas e concelhos; criou circunscrições judiciais e o Supremo Tribunal de Justiça;

Finanças: Criou os impostos a nível nacional;

Educação e Cultura: Criou novas escolas e a Biblioteca Pública do Porto;

O objectivo da legislação promulgada por Mouzinho da Silveira foi criar um Estado moderno e liberal.

O setembrismo (1836/1842)

Em setembro de 1836 dá-se uma revolução civil que obrigou a rainha D. Maria (1826/1853) a revogar a Carta Constitucional e a jurar a Constituição de 1822 e a convocar eleições. O setembrismo foi um movimento da pequena e média burguesia, apoiada pelo povo que reagiam contra o domínio da alta burguesia que levara o país à miséria e o governo era acusado de corrupção.

Os líderes setembristas eram o visconde Sá da Bandeira e Passos Manuel; O novo governo procurou desenvolve rum país mais democrático; Em 1838, foi promulgada uma nova constituição (Constituição de 1838) que procurava um compromisso entre o conservadorismo da Carta Constitucional e o radicalismo da Constituição de 1822.

Constituição de 1838:

O rei perde o poder moderador mas continua com a possibilidade de vetar definitivamente as leis; O voto é censitário; Dá relevo aos direitos individuais; Existem duas Câmaras: Deputados e Senadores;

Em termos económicos o governo setembrista tomou medidas proteccionistas, aumentando as taxas alfandegárias para as importações ; Fomentou o associativismo comercial; Desenvolveram a exploração colonial em África, o tráfico de escravos foi proibido a sul do equador, para fomentar o desenvolvimento de outras áreas económicas (não baseadas na mão de obra escrava); Não aboliram as taxas fiscais aplicadas aos pequenos agricultores; Em termos económicos a política setembrista saldou-se por um relativo fracasso;

Ao nível do ensino promoveu a reforma do ensino primário, secundário e universitário; Reformaram-se as universidades; Foram criados os liceus, onde se leccionava um ensino moderno que preparasse os filhos da burguesia para seguirem para estudos superiores; A criação dos liceus não teve efeitos imediatos, devido à falta de professores com preparação;

O setembrismo falhou por não ter abolido os pesados impostos que recaíam sobre os pequenos agricultores e pelo facto de não ter aumentado as taxas dos grandes proprietários; Em termos de desenvolvimento industrial também se pode dizer que foi um relativo fracasso; A falta de capitais para investir e o seu desvio para fins especulativos e de usura dificultou o desenvolvimento económico; No entanto pode-se dizer que o governo setembrista permitiu algum desenvolvimento à burguesia;

O cabralismo (1842/1851)

O governo setembrista enfrentou a oposição dos liberais mais radicais, como dos mais conservadores (cartistas); Em Fevereiro de 1842, o ministro da Justiça, António Costa Cabral, através de um golpe de Estado pacífico, pôs termo à Constituição de 1838, com o apoio da rainha; O novo governo será conhecido por cabralismo, caracteriza-se por: poder autoritário, restauração da Carta Constitucional e representa o regresso ao poder da grande burguesia sob a bandeira da ordem pública e do desenvolvimento económico;

Principais medidas do cabralismo:

Fomento industrial (difusão do vapor); Desenvolvimento das obras públicas (Companhia das Obras Públicas de Portugal(1844) (reparação e construção de estradas), construíram-se pontes, entre essas a ponte sobre o rio Douro; Realizou-se uma reforma fiscal (Código Administrativo de 1842), criação do Tribunal de Contas para fiscalizar as despesas do estado;

A Lei da Saúde Pública (1846) proibia o enterramento nas Igrejas; Esta lei e o excesso de autoritarismo e burocracia do governo cabralista desencadearam duas movimentações de cariz popular; A revolta da Maria da Fonte e a Patuleia. Entre 1846 e 1847 vive-se num clima de guerra civil; Em Abril/maio de 1846, no Minho, desencadeia-se a revolta da Maria da Fonte; A Patuleia decorre de Outubro de 1846 a Junho de 1847. Começa no Porto e alastra a todo o país.

O pretexto foi o facto do não cumprimento da promessa da rainha de realizar eleições por sufrágio directo para a Câmara dos Deputados;

Alguns falam a depor a rainha e falam na implantação de uma República; Perante a gravidade da situação o governo pediu a intervenção da Espanha e da Inglaterra; Na Convenção do Gramido (Valbom, Gondomar, Junho de 1847) foi assinada a paz entre as facções em disputa (setembrista e cabralistas);

Costa Cabral foi demitido mas voltaria ao governo em 1849; Foi afastado do poder em 1851, pelo golpe militar do marechal Duque de Saldanha, que instituiu a Regeneração (cartismo moderado).