01 janeiro 2025

IA mecanismo informático não é um organismo biológico !

versión On-line ISSN 2007-3607

https://www.scielo.org.mx/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2007-36072019000100008

"IA" sistema cibernético-informacional complexo e artificial

por: Alexandre Quaresma

Uma das maiores dificuldades dos engenheiros e projetistas de sistemas dotados com Inteligências Artificiais (IA) é replicar a faculdade-propriedade da consciência, pois a mente consciente só parece possível em seres biológicos. Nesse artigo, investigaremos como acontece a consciência no mundo biológico, quais as condições necessárias para sua manifestação, correlacionando-a (consciência), enquanto fenômeno genuinamente biológico, com a dificuldade de instanciar inteligências conscientes e intencionais em sistemas cibernético-informacionais complexos e artificiais, o que vale dizer, inorgânicos e não-biológicos. Mais especificamente, referimo-nos a tentar fazê-lo - como defende o cognitivismo ortodoxo e a própria IA forte - em computadores, androides e robôs, por meio de arranjos de IA. Vale destacar que esse problema da consciência se vê intimamente relacionado com problemas que já discutimos em trabalhos anteriores (Inteligências artificiais e o problema da intencionalidade; Inteligências artificiais e os limites da computação), no sentido de que, apenas um sistema ou ser biológico vivo pode ser capaz de possuir essa característica chamada consciência.

"Poder-se-ia facilmente conceber uma máquina [escreveu René Descartes (1979, pp. 37-38)] que é feita de tal forma que profere palavras, e profere até mesmo algumas palavras em resposta às ações físicas que causam uma mudança em seus órgãos: por exemplo, se alguém tocou em um lugar particular, perguntaria o que se queria dizer ou se fosse tocado em algum outro lugar, ele gritaria que estava sendo ferido e assim por diante. Mas não poderia colocar palavras de maneiras diferentes para responder ao significado de tudo o que é dito em sua presença, como até mesmo os seres humanos mais pouco inteligentes podem fazer. A segunda significa que, mesmo que eles fizessem muitas coisas tão bem ou possivelmente melhor do que qualquer um de nós, eles certamente falhariam em outras coisas, assim eles não agiam baseados no conhecimento, mas meramente como resultado da disposição de seus órgãos. [Programas?]. Pois enquanto a razão é um instrumento universal que pode ser usado em todos os tipos de situações, os órgãos precisam de uma disposição específica para cada ação em particular; portanto, deve ser moralmente impossível que uma máquina possa abrigar uma diversidade de órgãos o suficiente para permitir que ela atue em todas as ocorrências da vida, na maneira pela qual nossa razão nos capacita a agir".