10 maio 2008

TRATADO DE LISBOA: ÂNCORA OU PEDREGULHO


Cavaco considera a União Europeia uma âncora decisiva para Portugal

EVA CABRAL/DN


Presidente diz que Tratado de Lisboa reforça peso da UE no mundo.


Cavaco Silva comemorou ontem o Dia da Europa, 9 de Maio, aproveitando para simbolicamente proceder à ratificação do Tratado de Lisboa, numa cerimónia no Palácio de Belém aberta à Comunicação Social. O Presidente da República considerou que "o Tratado assinado em Lisboa, sob presidência portuguesa, representa um passo em frente na construção de uma Europa mais unida e solidária", e frisou que União Europeia é uma "âncora decisiva" para Portugal. 
"O Tratado consagra os valores da dignidade humana, liberdade, democracia, Estado de direito, igualdade, direitos do homem" lembrou o Presidente da República deixando claro que este "reforça a democraticidade e a transparência das instituições da União Europeia". Para Cavaco Silva o Tratado de Lisboa "aprofunda as novas políticas, nomeadamente nos domínios da energia, do ambiente, da política externa, da segurança e da defesa", mas , igualmente "estabelece a Carta dos Direitos Fundamentais e projecta a Europa no mundo". O Presidente da República defende que "o Tratado de Lisboa é uma grande oportunidade, e um grande desafio à vontade política dos líderes europeus". Nesse sentido refere que agora há que preparar a sua boa aplicação, tornando a União Europeia mais eficaz. No seu discurso Cavaco Silva baliza as matérias a que os líderes da União Europeia devem dar resposta: "desde logo aos desafios do nosso tempo, em particular aos problemas que os cidadãos enfrentam, como o desemprego, a insegurança, as alterações climáticas, a exclusão social". O novo edifício europeu deve, ainda, " reforçar a influência da Europa no mundo global". Para o Presidente português "as actuais dificuldades económicas e sociais e a crise dos mercados financeiros exigem mais integração europeia". Para se ultrapassar estas dificuldades a Europa dos dias de hoje precisa , para ter sucesso, de "determinação política e convergência de esforços entre os líderes dos Estados membros e das instituições europeias". Mas, frisa Cavaco Silva, "é também um desafio para Portugal que deve preparar-se para tirar o melhor partido do Tratado, adaptando-se a uma nova arquitectura institucional de forma eficiente, para garantir influência efectiva no processo de decisão comunitária, para poder defender eficazmente os interesses do nosso país". Cavaco Silva quis ainda deixar bem vincado que "o sucesso do projecto europeu faz parte dos interesses fundamentais de Portugal". Para o Presidente a " União Europeia é uma âncora estratégica decisiva para garantir um futuro melhor para os portugueses".

UM PRESIDENTE NÃO É O DONO DA VERDADE!